Gabriel Zapella, de Jaraguá do Sul (SC), fez uma compra na internet e, junto da encomenda, recebeu um segundo pacote misterioso. Dentro, estavam embalagens com sementes clandestinas não identificadas. Segundo a Secretaria de Agricultura do estado, pacote veio da China e chegou ao Brasil na semana passada.
“Eu tinha lido que isso estava acontecendo nos Estados Unidos. Quando cheguei em casa, postei fotos no Instagram, marquei a Secretaria de Agricultura e já no outro dia a secretaria entrou em contato comigo e uma pessoa da Cidasc veio recorrer para dar o destino certo. Eu sabia que não era para jogar fora, plantar ou queimar; era para entregar, então fiz isso. Tomara que todo mundo que receba dê o destino correto”, diz.
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Em nota, o Ministério da Agricultura alertou sobre os riscos do recebimento de pacotes não solicitados e pediu para que as pessoas não abram as encomendas e levem o pacote para uma das unidades do ministério ou entrem em contato por telefone com o órgão.
Segundo o governo, até o momento, as evidências apontam para uma ação de estratégia do e-commerce utilizada para gerar números falsos de pedidos, o que beneficiaria o vendedor on-line ou o site.
Casos como o de Santa Catarina também foram registrados no Rio Grande do Sul e em outros países, e estão sob investigação em conjunto com outras agências de segurança dos Estados Unidos.
Irregular e perigoso
“Todas as importações de material propagativo precisam de autorização do Ministério da Agricultura. Inclusive, quem faz viagens internacionais é orientado a não trazer sementes ou mudas, pois podem ser um caminho para introdução de pragas ou espécies que não existem no nosso país”, afirma o gestor do Departamento de Defesa Sanitária Vegetal de Santa Catarina, Alexandre Mees.
Segundo ele, o material entregue por Zapella será encaminhada a um dos laboratórios da rede do Ministério da Agricultura para que a espécie seja identificada e que sejam avaliados os riscos fitossanitários.