A área plantada com soja no Maranhão deve crescer 6,5% em 2020/2021. Segundo o presidente da Aprosoja-MA, José Carlos Oliveira de Paula, a superfície é projetada em 1,050 milhão de hectares, contra 986 mil hectares na temporada passada.
O motivo do aumento é o bom preços da oleaginosa, que provocou a preferência por esta cultura em detrimento de outras, como milho e arroz. “São pequenas áreas acumuladas no sul do estado que compõe esse incremento”, disse.
A janela do plantio se divide em duas, com os trabalhos na região sul iniciando entre 2 e 5 de outubro e terminando por volta de 15 de dezembro. Nas regiões leste e oeste, a semeadura vai de 15 de dezembro a 25 de janeiro. O sul representa 760 mil hectares – mais de 72% da área do estado.
Custos de produção
A situação precária das estradas do Maranhão, potencializada por chuvas recentes, elevou os preços do frete no estado de 15% a 20%. Assim, os custos de produção para esta safra cresceram aproximadamente 5%.
O custo por hectare da soja está em torno de R$ 2.830 por hectare, contra R$ 2.670 no ano passado. “Temos que acompanhar a questão dos herbicidas, como o Paraquate, pois se não pudermos usar o que temos, os custos serão mais altos”, diz o presidente da Aprosoja-MA, que ainda ressalta que os produtores têm volumes significativos do defensivo estocados.
Comercialização e capitalização
Até o momento, cerca de 70% da safra nova já foi comercializada. “O produtor só não negociou tudo pois, às vezes, corre risco de preços desvantajosos. Agora ele aguarda um pouco. Até o início do plantio, a comercialização deve chegar a 80%”, explicou Oliveira de Paula.
Devido ao crescente número de processos de recuperação judicial, os produtores maranhenses, de um modo geral, têm dificuldade no acesso ao crédito. “Os limites de crédito foram reduzidos, as instituições pedem muito mais garantias do que o normal. O endividamento do produtor cresceu de maneira assustadora de 2012 pra cá, principalmente devido ao clima desfavorável e a negociações mal feitas”.
O dirigente comemorou a continuidade dos trabalhos no campo mesmo durante a pandemia do coronavírus e ressaltou que a Aprosoja-MA interveio e fez pressão para que as colheitas de verão fossem feitas. A entidade também pediu a postos de combustível que seguissem funcionando para que os caminhoneiros não parassem. “Os produtores não pararam e não podiam parar; não têm armazenagem para sustentar uma parada. A safra colhida vai direto para o caminhão”, explicou.