Mercado e Cia

Chuvas no Brasil podem fazer preços da soja caírem em Chicago, diz MD Commodities

Segundo o diretor da empresa, cotações devem ser impactadas pelo clima, pois o mercado pode se dar conta do potencial produtivo da safra brasileira.

Após o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) trazer estoques norte-americanos de soja e milho abaixo do esperado pelo mercado, as cotações registraram avanço expressivo na Bolsa de Chicago. Porém, de acordo com o sócio-diretor da MD Commodities, Pedro Dejneka, a chegada de chuvas no Brasil pode gerar recuos nas cotações em Chicago.

“Essa tendência de alta da soja que ocorre desde agosto não é sustentável para a Bolsa de Chicago. Os fundos estão muito esticados, muito comprados. O mercado monitora a chegada ou não da chuva neste início de safra no Brasil. Uma vez que o mercado entender o potencial produtivo da safra do Brasil, a posição de compra dos fundos pode gerar recuos nos preços pelo menos de US$ 9,30 a US$ 9,50 por bushel”, estima.

Sobre a oferta mundial de soja, Dejneka afirma que a escassez do grão no Brasil não é acompanhada de falta do produto no mundo. “Os Estados Unidos têm soja de sobra para vender agora. O principal motivo é o câmbio que trouxe competitividade para soja brasileira, fazendo o país exportar volumes enormes e gerando escassez do produto, e preço spot alto. Isso não significa que será a mesma situação no primeiro semestre do ano que vem. Os americanos têm espaço para exportar bem mais para a China sem gerar problemas de estoques”, analisa o diretor da MD.

Pedro Dejneka avalia, ainda, que mudanças nas condições climáticas são os principais fatores de atenção para o mercado nos próximos meses. “Se tivermos um problema climático sério na América do Sul, principalmente no Brasil, esse cenário de preços muda. Ou uma surpresa de uma demanda chinesa maior que a esperada atualmente. Aí podemos ver preços mais altos, como US$ 11 por bushel em Chicago”, finaliza.