A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a representação da Invest SP na China se reuniram, na terça (20), em uma transmissão online, para fazer a análise do mercado chinês para o café brasileiro.
Durante a live, o analista de Inteligência de Mercado da Invest SP citou os principais resultados do estudo da CNA e da Invest SP, como a pesquisa de campo em supermercados e atacadistas de Xangai. “Nós colhemos informações de 300 rótulos de café em canais de venda tradicionais e e-commerce. Quase metade dos produtos era em pó, solúvel ou instantâneo e a grande maioria café com leite, do tipo dois em um”.
O analista disse que a pesquisa apontou ampla popularidade do café em pó solúvel e instantâneo entre os consumidores, pela facilidade no preparo e porque na China há vários pontos de reposição de água quente, devido ao hábito de consumo de chás.
“O café solúvel é o principal tipo do produto consumido pelos chineses. Entretanto, há muitos desafios para entrar nesse mercado, pois o consumo per capita ainda é muito baixo. O chinês bebe, em média, de 4 a 5 xícaras por ano. Em comparação com o Japão, que consome cerca de 300 xícaras por ano, o mercado chinês apresenta também um grande potencial de crescimento”, afirmou Fernando Velloso.
Também presente no debate, a assessora técnica da CNA, Raquel Miranda, destacou o potencial do Brasil na cafeicultura. “Nós somos os maiores produtores e exportadores de café verde e solúvel do mundo. A cada 10 xícaras consumidas, 3,8 têm origem brasileira”.
Segundo ela, o café solúvel é a porta de entrada para mercados jovens de café, como a China, pela facilidade de preparo. “O Brasil tem quantidade suficiente para abastecer qualquer mercado. Mas é necessário que o produtor trabalhe a qualidade da colheita e pós-colheita do grão para manter o mesmo sabor e aspecto visual”.