A falta de regularidade das chuvas já preocupa produtores rurais de todo o Brasil, já que o fenômeno La Niña deve durar até 2021 e impactar não só a safra de verão, como também a segunda safra do milho. De acordo com a meteorologista da Somar Desirée Brandt, o ápice do La Niña deve ocorrer na virada do ano e, até lá, a situação é de alerta.
“A previsão está bem preocupante para muitas áreas do Brasil, que sente de maneira muito clara os efeitos do La Niña. Já temos o fenômeno estabelecido, vamos atingir o ápice na virada do ano e só começa a enfraquecer no começo do ano que vem. Mesmo assim, até o final da safra de verão e início da segunda safra, vamos sentir os efeitos”, disse.
Segundo ela, para as áreas mais centrais como Mato Grosso do Sul, São Paulo, áreas de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e áreas do Matopiba, há atrasos na chuva por causa da temperatura do oceano pacífico. “Lá na frente, quando a safrinha não estiver concluída, a chuva deve ir embora”, contou.
A região Sul do Brasil também enfrenta uma estiagem preocupante em alguns locais, como meio oeste de Santa Catarina, noroeste do Rio Grande do Sul e oeste e sudoeste do Paraná, com alto índice de estiagem. “Quando deveria ter chovido, não choveu, e daqui pra frente a situação é preocupante”, disse ela.
Em novembro, são esperadas anomalias nessas localidades do Sul. Em dezembro, a irregularidade das chuvas também se espalham por Mato Grosso do Sul, São Paulo e parte da região Sul. “Os produtores de café também estão preocupados. A expectativa para novembro é de chuva abaixo da média nas principais regiões produtoras do café arábica. Em dezembro, somente no Triângulo Mineiro e Espírito Santo recebem chuvas acima da média”, concluiu.