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Daoud: Viés ideológico pode abalar relação comercial entre Brasil e China

Ministério de Relações Exteriores da China afirmou que políticos dos EUA estariam se metendo em relações comerciais entre países, em especial Brasil e China

O presidente Bolsonaro participou de um evento na Câmara de Comércio Brasil e EUA nesta segunda, 19, onde o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, também estava. Neste momento, o americano acabou falando que o Brasil deveria ter menos dependência das relações comerciais com a China. Robert O’Brien, embaixador norte-americano, também fez uma recomendação para que o Brasil não fechasse o acordo da tecnologia 5G com a empresa chinesa Huawei, pois,  segundo ele, os dados dos brasileiro poderiam ficar expostos.

Foi nesse contexto que o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China fez fez essa acusação contra políticos dos EUA, dizendo que estaria se intrometendo nas relações internacionais de parceiros comerciais tão consolidados, como China e Brasil. Nesta terça, a embaixada da China no Brasil replicou a fala.

Para o comentarista Miguel Daoud, as pesquisas apontam para vitória de Joe Biden e a declaração do presidente brasileiro pode ter sido feita em um momento não muito favorável. “Bolsonaro está sendo coerente com  o que ele sempre disse sobre Donald Trump. Mas, se me perguntarem se essa é a oportunidade certa, falo que não. O Brasil tem muita dependência de capitais internacionais e a China parou e investir no Brasil. Essa pressão  para que a empresa chinesa não entre com a tecnologia 5G não é de que a China tenha acesso a informações e sim que eles conquistem o mercado brasileiro, que é uma potência”, disse.

Segundo Daoud, seja quem for empregar a tecnologia de telefonia, terá acesso aos dados dos brasileiros. “Nós não possuímos nossos servidores para evitar bisbilhotagem. A briga entre China e EUA é por questões comerciais.  Os EUA estão brigando para não perderem esse acesso ao mercado brasileiro. Por outro lado, o Brasil avança muito na agropecuária e a China tem uma certa dependência do nosso país. Nessa disputa, o Brasil pode ser um importante aliado tanto para China como para os EUA e o que devemos fazer é agir de maneira pragmática, procurar investimentos e fortalecer nossos mercados”, concluiu.