Soja

Soja: demanda chinesa deve aumentar? Veja os fatores que podem impactar os preços nesta semana

As importações pelo grão dos Estados Unidos podem seguir elevadas; colheita norte-americana pode continuar ditando o ritmo dos ganhos no cenário externo

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Foto: Pedro Silvestre/Canal Rural

Para esta semana, o mercado de soja espera pelo aumento da demanda chinesa pela oleaginosa norte-americana. Além disso, a colheita dos Estados Unidos pode continuar ditando o ritmo dos ganhos no cenário externo.

Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de soja na semana que vem. As dicas são do analista da Safras Consultoria, Luiz Fernando Roque.

  • Os players do mercado de soja permanecem com as atenções divididas entre sinais da demanda chinesa pela soja norte-americana, clima para evolução da colheita norte-americana e clima para a evolução do plantio e desenvolvimento inicial das lavouras brasileiras;
  • Apesar de não termos visto novas vendas de soja dos Estados Unidos para a China sendo anunciadas nesta última semana, o mercado continua com um sentimento positivo com relação à manutenção da demanda chinesa nos próximos meses. O atraso do plantio no Brasil leva o mercado a crer que a China terá necessidade de comprar mais soja norte-americana até a entrada da nova safra brasileira, já que provavelmente o Brasil ainda não terá volumes para oferecer aos asiáticos já em janeiro, como de costume. Tal fato naturalmente traz sustentação para os contratos mais curtos em Chicago;
  • No lado da oferta, o bom avanço da colheita norte-americana continua sendo aparentemente o único fator que limita os ganhos nos contratos futuros. Embora o clima mais úmido dos últimos dias tenha impedido um melhor avanço das máquinas, o ritmo dos trabalhos continua bastante acima da média normal para esta época do ano, devendo continuar assim até o encerramento da colheita;
  • Mesmo com o forte avanço da colheita, lembramos que ainda restam dúvidas com relação ao verdadeiro tamanho da safra norte-americana, embora apenas ajustes pequenos devam acontecer. Estas últimas semanas de tempo seco que favoreceram a colheita podem, por outro lado, ter atrapalhado a finalização do desenvolvimento de algumas plantas semeadas mais tardiamente. Dessa forma, é possível ainda vermos algum ajuste negativo na safra dos EUA por parte do USDA, mesmo que de forma pontual;
  • No Brasil, o atraso no plantio continua trazendo preocupações com relação ao potencial produtivo desta nova safra, embora ainda seja cedo para qualquer definição. Os problemas, até o momento, são contornáveis em sua maioria, basta o clima ajudar nas próximas semanas. As chuvas começaram a voltar para praticamente todas as regiões do país nesta última semana, e as previsões apontam para mais 7 dias de umidade regular. Tal previsão é bastante favorável para o plantio, encorajando os produtores a avançarem com as máquinas. De qualquer maneira, o ritmo deve continuar atrasado por mais algum tempo.