Cristina Kirchner começa série de viagens para tratar de energia e alimentos

Presidente terá de amargar a interinidade do vice Julio CobosO suplício da presidente Cristina Kirchner começará no Brasil, em 7 de setembro. Será a próxima viagem de Cristina. Será, também, a primeira vez que o vice, Julio Cobos, assumirá interinamente depois de ter dado o voto decisivo para impedir o aumento de impostos à exportação de grãos.

Esse primeiro compromisso na agenda externa de Cristina, ironicamente na data da Independência brasileira, será seguido de outros cinco já marcados para os próximos meses. E Cobos estará a postos.

De acordo com o jornal argentino La Nación, a presidência garante que todos os compromissos estão confirmados, apesar da crescente animosidade entre a presidente e seu vice.

Depois de Brasília, virão Nova York, Espanha, Índia, Rússia e Portugal. O tema das viagens será energia e alimentos. Será, também, uma oportunidade de Cristina recuperar a imagem internacionalmente, depois de quatro meses de um conflito interno com os produtores rurais argentinos.

Em mudança de impacto, chefe de gabinete renuncia

Na viagem ao Brasil, Cristina dará continuidade a tratativas bilaterais acordadas em novembro de 2007. Na ocasião, ela não havia assumido. Em setembro, o Brasil pedirá que a Argentina facilite as exportações de trigo, e os argentinos querem a energia brasileira. No mesmo mês, a presidente irá à assembléia geral da ONU

Em um anúncio impactante quanto a mudanças ministeriais, Cristina aceitou a renúncia do seu chefe de gabinete, Alberto Fernández, homem de confiança dela e do seu marido, o ex-presidente Néstor Kirchner. Em substituição a Fernández, já foi nomeado Sergio Massa, 36 anos, prefeito da localidade de Tigre (região metropolitana de Buenos Aires). Ele assume o cargo hoje. Fernández ocupava o cargo desde a posse de Kirchner, em 2003.

Também se confirmou a esperada renúncia do secretário de Agricultura, Javier de Urquiza, que já foi substituído por Carlos Cheppi, atual titular do Instituto Nacional de Tecnologia.

Enquanto isso, a Sociedade de Estudos Trabalhistas (SEL) anunciou que a pobreza voltou a crescer na Argentina. Ao contrário do que o governo sustenta – a pobreza estaria em queda – , o SEL afirmou que, durante o primeiro semestre deste ano, coincidindo com a disparada da inflação, o número de pobres aumentou em 420 mil pessoas _ a pobreza teria aumentado de 30,4% para 31,6%.