Economia

Dólar oscila, mas segue em alta digerindo Copom e atinge R$ 5,75

Investidores locais digerem o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) em relação à manutenção da taxa de juros

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Foto: Pixabay

O dólar comercial exibe oscilações na primeira parte dos negócios, mas tem viés de alta firme frente ao real e opera acima de R$ 5,75, com o exterior ainda negativo para moedas de países emergentes em meio ao fortalecimento da divisa norte-americana diante o avanço do novo coronavírus na Europa, elevando os temores quanto à recuperação econômica global.

Investidores locais digerem o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) em relação à manutenção da taxa de juros, à véspera da formação de preço da taxa Ptax de fim de mês e das eleições presidenciais nos Estados Unidos, na terça-feira.

O diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik, destaca que as preocupações do mercado seguem as mesmas de ontem, porém, nem os números melhores do que o esperado do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos, no qual a leitura preliminar do terceiro trimestre apontou avanço de 33,1%, ante expectativa de +32,0% – após o tombo de 31,4% no segundo trimestre do ano – “abrandam” o movimento da moeda.

Ainda no exterior, investidores digerem a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) no qual a taxa de juros foi mantida em zero. Porém, a autoridade monetária “promete” recalibrar os instrumentos, avaliando cuidadosamente as informações recebidas, incluindo a dinâmica da pandemia do novo coronavírus. Além disso, o BCE sugeriu que deverá adotar algum afrouxamento na próxima reunião, em dezembro.

Aqui, o mercado digere ao Copom. Para o economista da Tendências Consultoria, Silvio Campos, o comunicado do BC mudou de tom e se mostrou gradual e cauteloso, de modo que segue mais provável a manutenção da Selic nos
próximos meses e um início de ajuste da Selic no quarto trimestre de 2021.

“As decisões em torno das diretrizes fiscais seguem cruciais para a definição do ‘timing’ desse ajuste monetário. O fracasso nas reformas ou a adoção de medidas que piorem a percepção fiscal resultaria em maior risco de antecipação e intensificação do aperto”, avalia.

Às 11h57 (de Brasília), o dólar comercial operava em alta de 0,15%, negociado a R$ 5,7720 para venda, após oscilar na mínima de R$ 5,7590 (-0,10%) e máxima de R$ 5,7920 (+0,47%). O contrato para novembro subia 0,47%, a R$ 5,7760. Lá fora, o Dollar Index tinha alta de 0,41%, aos 93,785 pontos. As principais moedas de países emergentes operam mistas, com o peso mexicano com leve perda na estabilidade.