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Com câmbio em alta, mercado de defensivos deve recuar 11% em 2020, diz Sindiveg

Além disso, a maior parte dos custos da indústria é na moeda estrangeira, em virtude da importação de matérias-primas, afirma a entidade

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Foto: Canal Rural

A escalada do dólar ante o real ao longo deste ano terá impacto negativo sobre o mercado de defensivos agrícolas. O Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg) projeta queda de 11,8% da receita em dólar em 2020, para US$ 11,994 bilhões. No ano passado, a indústria movimentou US$ 13,603 bilhões.

Já em moeda brasileira, o faturamento deve crescer 7,8% em 2020. Com o real depreciado ante o dólar, a receita das empresas em real acaba se convertendo em montante menor em dólar do que se a divisa norte-americana estivesse menos valorizada. Além disso, a maior parte dos custos da indústria é na moeda estrangeira, em virtude da importação de matérias-primas.

“Até outubro, a perda cambial foi de 22% para o setor. Ainda não foi possível repassar integralmente o aumento dos custos (a compradores)”, disse o presidente do Sindiveg, Julio Borges Garcia. Em 2019, o valor do mercado de defensivos no Brasil foi maior do que em 2018, tanto em dólar (1,7%) como em real (15,2%). A pedido da reportagem, o Sindiveg também informou que a área tratada com defensivos agrícolas em 2020 deve aumentar 6,5% na comparação com 2019, atingindo 1,664 bilhão de hectares.

O cálculo considera a área que recebeu agroquímicos multiplicada pelo número de produtos usados e pelo quantidade de aplicações de cada produto na mesma lavoura. Em 2019, a área tratada alcançou 1,562 bilhão de hectares. O avanço em 2020 é semelhante ao verificado em 2019, de 6,8%.

Garcia explica que o crescimento, neste ano, se dá por dois fatores principais: ampliação da área plantada no País e maior pressão de insetos sugadores (como percevejos, cigarrinha-da-cana e cigarrinha-do-milho), doenças (ferrugem asiática e mancha-alvo na soja e ramulária no algodão) e plantas daninhas resistentes (com destaque especial para caruru e buva).

“A alta incidência demanda reforço nos cuidados com manejo e controle destas pragas”, disse o executivo. Garcia reforçou que o Sindiveg e as empresas associadas vêm reforçando ações para difundir boas práticas na aplicação de agroquímicos no campo, a fim de garantir que as recomendações de bula e de órgãos reguladores sejam seguidas.

Área tratada

A área tratada com defensivos agrícolas no País entre janeiro e setembro deste ano aumentou 7,1% em comparação a igual período do ano passado, alcançando 904,1 milhões de hectares. Há um ano, eram 844,5 milhões de hectares. As culturas da soja e do milho, assim como em 2019, tiveram maior peso no resultado, representando 34% e 24%, respectivamente, da área que recebeu agroquímicos.

Já a receita com a venda dos produtos caiu 7,8% no acumulado do ano até setembro, chegando a R$ 7,128 bilhões, segundo dados divulgados pelo Sindiveg.