Sem habilitação, Brasil deixa de exportar carne suína à Coreia do Sul

Com febre-aftosa, país oriental aumenta importações, mas Mapa precisa resolver pendências para efetuar vendaO presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, lastima que o mercado da Coreia do Sul não esteja aberto à carne suína brasileira. Neste momento, o país oriental está aumentando as importações do produto por conta do surto de febre aftosa.

? Se o país já estivesse habilitado, atenderíamos a essa demanda. Na hora que o Brasil for aprovado, essa euforia poderá ter acabado ? disse Camargo Neto.

O Brasil, segundo o executivo, ainda precisa enviar à Coreia do Sul dados pedidos.

? O Ministério da Agricultura precisa resolver algumas pendências com as autoridades sul-coreanas. Enquanto isso não ocorrer, a abertura do mercado pode demorar ? afirmou.

Desde o fim de novembro, mais de 100 casos de febre aftosa foram registrados na Coreia do Sul. Para combater a doença foram sacrificados mais de 1,2 milhão de suínos, de um rebanho de 10 milhões, e 107 mil bovinos, das 3 milhões de cabeças existentes. O surto é o quarto na história da Coreia do Sul na última década e o pior deles.

Sobre a visita da missão japonesa ao Brasil, prevista para o primeiro trimestre, o presidente da Abipecs pretende duvidar a abertura do mercado para a carne suína in natura brasileira ainda em 2010.

? Se eles vierem em março, não sei se dará tempo de habilitar o país em 2011. São dois processos com eles: a verificação da saúde animal e saúde pública (higiene e limpeza nas fábricas) ? acredita ele.

Nesta terça, dia 11, a Abipecs divulgou os números das exportações de suínos de 2010. A receita cambial com exportação de carne suína cresceu 9,32% em 2010 em relação ao ano anterior, evoluindo de US$ 1,23 bilhão para US$ 1,34 bilhão. No período, o volume apresentou queda de 11,04%, passando de 607,5 mil toneladas em 2009, para 540,4 mil toneladas em 2010.

? Em 2011, deveremos ter um mercado interno com preços firmes e demanda forte e as exportações deverão voltar aos níveis históricos de 600 mil toneladas ? reafirmou o presidente da Abipecs.