Cenário financeiro internacional favorece preços do café em Nova York, diz Safras

Apesar da apreensão com a próxima safra brasileira de café, os ganhos recentes do arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) ainda estão muito ligados ao realinhamento financeiro internacional no pós-eleição nos EUA. Destaque para a queda do dólar, especialmente em relação às moedas emergentes. As considerações partem de relatório da Safras Consultoria sobre o cenário do mercado de café.

Segundo o consultor de Safras & Mercado, Gil Barabach, em termos macro, a 2ª onda da Covid-19 na Europa e EUA e o desenvolvimento da vacina seguem no radar, agindo de formas opostas sobre os mercados. “É bom notar que, mesmo com a recente valorização, o café continua bem distante do pico do início de setembro, quando a posição Mar/21 trocou de mãos a 135,65 cents. E por que não sobe mais? Não sobe mais em função da pressão negativa causada pelo fluxo elevado de embarques do Brasil e da expectativa com a chegada de outras origens”, comenta.

Barabach indica que a situação é cômoda para comprador, o que inibe as investidas de alta. A rolagem de contratos na ICE US traz ao protagonismo o vencimento Março/2021, que aproxima mais o mercado da próxima temporada, cujo destaque é a safra brasileira de 2021. “Uma safra menor por conta da alternância de carga de arábica e das adversidades climáticas. Mas quanto menor? O quadro ainda está muito aberto, sujeito a correções. O fato é que o retorno das chuvas alivia o problema e favorece a próxima safra brasileira, mas não é garantia de reversão dos problemas iniciais. Segue o sinal de uma bienalidade mais pronunciada no arábica (conilon deve crescer atenuando quebra geral)”, avalia.

Por Agência Safras