O dólar comercial fechou em leve alta de 0,07% no mercado à vista, cotado a R$ 5,3360 para venda – após três dias seguidos de queda – em sessão volátil com a moeda exibindo sinal negativo por praticamente toda a sessão, mas passou a subir perto do fim do pregão em meio aos temores do avanço da covid-19 nos Estados unidos.
O prefeito da cidade de Nova York, Bill de Blasio, confirmou por meio do Twitter que fechará escolas a partir desta quinta, 19, após a taxa de transmissão do novo coronavírus chegar a 3% como medida de cautela. A doença avança em Nova York e no país, em que nas últimas 24 horas, os Estados Unidos registraram 161.394 novos casos da doença, enquanto as mortes se aproximam de 250 mil.
A analista da Toro Investimentos, Stefany Oliveira, reforça que as preocupações do mercado com o avanço da covid-19 nos Estados Unidos, com altas no número de casos confirmados e de mortes, sustentaram o viés de cautela exibido no fim do pregão após a notícia sobre Nova York.
Também perto do fim dos negócios, a Fitch reafirmou a nota de crédito soberano (rating) de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil em “BB-“, mantendo a perspectiva negativa. Segundo a agência de classificação de risco, a avaliação do país é sustentada pelo tamanho e diversificação da economia brasileira, entre outros fatores, sendo contrabalançado pelo “alto e crescente” endividamento do governo.
A Fitch reiterou que a perspectiva negativa reflete a “severa deterioração” do déficit fiscal do país e da dívida pública, diante da incerteza persistente quanto às perspectivas de consolidação fiscal. Para a analista da Toro, o rating ajudou a amparar o movimento de alta do dólar. “A questão fiscal passa a preocupar mais”, diz.
Ao longo da sessão, porém, a divisa norte-americana chegou a renovar mínimas a R$ 5,27 refletindo o otimismo com a notícia de que os testes da vacina desenvolvida pela Pfizer e BioNTech foi 95% eficaz nos resultados finais. Aqui, as declarações do diretor de política monetária do Banco Central (BC), Bruno Serra, ajudaram no movimento de queda da moeda.
“Ele disse que a autoridade monetária vai realizar leilões neste fim de ano, se for necessário, para atender a demanda por dólares, o que estimulou o desmonte de posições defensivas em dólar”, destaca o analista de câmbio da Correparti, Ricardo Gomes Filho.
Para a profissional da Toro Investimentos, a tendência para o dólar nesta quinta é movimento de correção após as notícias no fim do pregão, com investidores atentos ao cenário da segunda onda de contaminação de covid-19 nos Estados Unidos, além da preocupação interna com o cenário fiscal.
Por Agência Safras