O dólar comercial fechou em queda de 1,08% no mercado à vista, cotado a R$ 5,3770 para venda, refletindo o forte otimismo que prevaleceu no exterior com investidores diluindo as incertezas em relação à política dos Estados Unidos após as equipes do presidente Donald Trump e do possível futuro chefe de Estado, Joe Biden, iniciarem a transição de governo. O movimento técnico local corroborou para a busca por risco.
O gerente de mesa de câmbio da Correparti, Guilherme Esquelbek, ressalta que os sinais de uma transição pacífica do governo nos Estados Unidos e a possibilidade de a ex-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Janet Yellen, assumir o cargo de secretária do Tesouro na gestão de Biden refletiu em bom humor e na busca por risco.
“A ex-presidente do Fed é uma adepta de políticas expansionistas, o que contribui para as perspectivas de aumento dos estímulos na economia norte-americana”, avalia a equipe econômica da Nova Futura Investimentos.
Esquelbek, da Correparti, acrescenta que o viés de baixa da divisa norte-americana, desde a abertura dos negócios, também foi influenciado pelo leilão de venda de dólar com compromisso de recompra, conhecido como leilão de linha, realizado pelo Banco Central (BC) pela manhã. Foram tomados US$ 1,2 bilhão, total ofertado na operação. “O leilão ajudou a tirar a pressão compradora da moeda”, comenta.
“O Banco Central está fazendo um trabalho para atender as demandas sazonais de fim de ano e tirar a pressão do dólar à vista, o que justificou o movimento de hoje, junto à entrada de recursos estrangeiros na bolsa”, avalia a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack.
Nesta quarta, 25, com a agenda de indicadores norte-americana pesada à véspera do feriado de ação de graças no país, a economista diz que a sessão será de atenção ao movimento dos investidores estrangeiros e aos resultados divulgados.
Sairá a segunda leitura do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no terceiro trimestre, o resultado de outubro de sobre renda e gastos pessoais, além da ata da última reunião do Fed, no início do mês. “O mercado está muito otimista lá fora, com a transição de governo. Só um resultado muito ruim de algum indicador para amargar esse clima”, comenta.
Por Agência Safras