O pleito do setor da produção para elevação dos atuais R$ 10 milhões para R$ 150 milhões do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) à linha de Recuperação de Cafezais Danificados será analisado, amanhã, pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
A informação é do presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, que confirmou o encaminhamento de voto nesse sentido após reunião, na tarde de ontem, com Marcos Montes e Silvio Farnese, respectivamente secretário Executivo e diretor do Departamento de Comercialização e Abastecimento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
A demanda da produção, que foi coordenada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em conjunto com o CNC, já aprovada pelo Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC), surgiu após as primeiras análises do impacto da estiagem e das altas temperaturas, em agosto e setembro, no cinturão cafeeiro do Brasil, principalmente em áreas de Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo, os três maiores Estados produtores no País, além do Paraná.
“O Mapa nos informou que encaminhou o voto agrícola solicitando essa ampliação dos recursos para a recuperação dos cafezais. Nossas cooperativas e empresas de assistência técnica e extensão rural vêm apurando o real impacto que essa adversidade climática causará, mas é certo que teremos perdas consideráveis na safra 2021, por isso pleiteamos mais capital a esses produtores que tiveram suas lavouras atingidas”, explica Brasileiro.
O CMN realizará reunião ordinária amanhã e a expectativa é que aprove o voto agrícola demandado pelo setor. “A viabilização da elevação dos recursos não envolverá outras fontes que não o Funcafé, pois solicitamos o remanejamento de capital não utilizado de outras linhas, como do Financiamento para Aquisição de Café, da Comercialização e do Capital de Giro, que serão realocados proporcionalmente do saldo remanescente para a de Recuperação dos Cafezais”, detalha.
Além da ampliação do valor total, o setor também solicita a elevação de R$ 3 mil para R$ 8 mil por hectare, até R$ 200 mil por tomador, montante que é mais condizente com a realidade dos custos com a poda e os tratos culturais, medidas necessárias para a revitalização das lavouras impactadas.
Segundo o presidente do CNC, se a medida for aprovada pelo CMN, o produtor que desejar tomar os recursos deverá se enquadrar nas especificações do Manual de Crédito Rural. “Será necessária a apresentação de um laudo técnico, o qual delimite a área prejudicada, a intensidade das perdas decorrentes das adversidades climáticas e que identifique a forma de recuperação da capacidade produtiva dos cafezais”, conclui.