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'Flexibilizar regras para o teto de gastos pode provocar nova alta do dólar'

Para especialista, Brasil precisa apresentar um plano concreto de recuperação da economia, fazendo isso, dólar vai abaixo de R$ 5

O Tribunal de Contas da União (TCU) flexibilizou as regras fiscais para permitir a execução do orçamento público em 2021 de gastos previstos no orçamento de 2020. Esse movimento, aliado à discussão para a nova eleição na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, são fatores que trazem instabilidade econômica para o país, destaca Camila Abdelmalack, economista-chefe da Vedha Investimentos. Além disso, o aumento dos gastos públicos pode provocar novas altas no dólar.

“Quando temos alguma sinalização de que o orçamento para 2021 pode burlar o teto dos gastos, temos um fator que acaba ‘estressando’ o mercado financeiro, pois os investidores têm a percepção de que não vamos conseguir tomar o controle do endividamento em relação ao PIB. Esse cenário cria instabilidade no mercado, que acaba impactando a taxa de cambio”, comenta.

De acordo com Camila, a indefinição do governo sobre a prorrogação do auxílio emergencial também é visto como um fator negativo para a economia. “Diante de novas medidas restritivas para o comércio anunciadas recentemente, pode haver uma pressão para extensão do benefício e isso deve bater no mercado financeiro, e esse movimento de valorização do real que tivemos pode ser perdido”, analisa.

A longo prazo, a especialista acredita que o rumo da taxa de câmbio deverá ser favorável ao Brasil desde que o país apresente um plano consistente para recuperação econômica. “Se nos fizermos a nossa lição de casa, e continuar estimulando o fluxo de investestimento estrangeiro para o Brasil, podemos encerrar o ano de 2021 com uma taxa de cambio por volta de R$ 4,25”, prevê Camila.