? Hoje estamos mais perto de um acordo, embora nem todos os temas estejam fechados ? disse ao fim da reunião o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.
No entanto, a Índia manteve sua posição defensiva e, embora não tenha rejeitado os textos de negociação, também não declarou que os aceitava, como fez o resto das nações, revelou uma fonte diplomática que estava na sala.
Os ministros se reuniram nesta tarde para serem informados dos progressos realizados em um encontro prévio ocorrido entre Austrália, Brasil, China, Estados Unidos, Japão, Índia e União Européia (UE).
Ao contrário de em dias anteriores, o ânimo foi muito mais positivo e se falou claramente da possibilidade de um acordo, embora também se tenha advertido de que há questões importantes que ficaram pendentes.
Amorim confirmou que houve “convergência” no grupo negociador sobre os números que determinarão o alcance da liberalização da agricultura e dos mercados agrícolas e que essa mesma tendência foi observada na reunião ampliada a mais de 30 ministros.
Ele ressaltou, no entanto, que há países que ainda têm “dúvidas” sobre questões como as flexibilidades em matéria industrial que os países em desenvolvimento receberão e as condições para aplicar salvaguardas especiais que protejam as agriculturas nacionais em caso de um aumento abrupto das importações.
Outro tema no qual não houve consenso foi o da “erosão” das preferências comerciais das quais gozam os países mais pobres para entrarem nos mercados das nações mais ricas, em caso de uma liberalização agrícola.
O porta-voz da OMC, Keith Rockwell, confirmou que, apesar de “ninguém ter dito que (o texto de negociação) seja maravilhoso, nenhum dos que estava na mesa o rejeitou”.
O comissário europeu de Comércio, Peter Mandelson, sustentou que “um acordo está emergindo” e que, embora “não seja perfeito, será um bom sinal para a economia mundial”.