Em um mês, choveu mais de 400 milímetros em 18 dias, quando o normal seria 300 milímetros. Com tanta água, algumas pragas começaram a aparecer no cafezal. Entre as mais comuns, estão a broca e a ferrugem.
? A ferrugem pode prejudicar de uma maneira indireta, causando a desfolha do cafezal. Conseqüentemente, diminui a granação do fruto deste ano e prejudica a colheita da próxima safra ? explica o engenheiro agrônomo César Fuliaro.
Fuliaro conta que, com a broca, o dano é mais direto.
? O produtor perde na quantidade, no peso e também na qualidade deste café, que hoje em dia é muito importante ? afirma.
Chuvas dificultam pulverização
Os cuidados básicos, como a vistoria visual, são realizados normalmente, mesmo em tempo chuvosos. Mas outros procedimentos só podem ser feitos em dias secos. Para o cafeicultor Pedro Roque Schanavachi, enquanto não parar a chuva, não se pode pulverizar nem adubar, uma vez que o trator sequer chega à lavoura.
? A chuva foi benéfica. Só que agora precisamos de sol para fazer pulverizações necessárias ? diz Schanavachi.
Mas não basta o sol aparecer algumas horas. É preciso no mínimo um dia inteiro sem chuva para que os defensivos façam efeito e não sejam levados pela água.
? O agricultor, não tendo a oportunidade de entrar na lavoura para fazer a pulverização, vai ter cada vez mais prejuízos em relação a pragas ? acredita Fuliaro.
A boa notícia é que, apesar da preocupação com as pragas e doenças nesta safra, a chuva já melhorou a condição das plantas e na florada do ano que vem a produtividade deve ser melhor.