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Milho: acompanhe os fatos que devem mexer com os preços nesta semana

O mercado de milho ainda deve repercutir os dados do USDA, que trouxe estoques dentro do esperado e importações acima da expectativa

Plano Safra
Foto: Pedro Revillion/Palácio Piratini

Os preços do milho na próxima semana deverão ainda repercutir os dados da última estimativa feita pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que trouxe números dentro do esperado para os estoques e elevou as projeções para as importações do grão. No mercado brasileiro, o destaque é a pressão de venda feita pelos produtores.

Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de milho na semana. As dicas são do analista da Safras Consultoria, Paulo Molinari

  • O mercado esperava estoques estáveis para o milho. O USDA confirmou a expectativa mantendo o estoque em 43 milhões de tons, o mesmo da estimativa de novembro;
  • A única surpresa no mercado de milho foi a elevação da projeção de importações para este ano comercial de 13 para 16,5 mt por parte da China. O USDA, contudo, não apontou a origem desta importação em seu quadro geral;
  • O outro ponto foi o corte de estoques de trigo nos EUA e, neste fechamento de semana, da decisão russa em tributar a exportação de trigo e limitar os volumes;
  • A forte alta do trigo no mercado internacional, como consequência, pode colaborar para altas no milho na Bolsa de Chicago;
  • Paralelamente, os preços na CBOT dependem deste movimento do trigo, do ressurgimento das compras pela China no milho e de alguma situação climática na Argentina;
  • Mercado interno apresenta um quadro ainda com alguma pressão de venda pelos produtores;
  • Muitos consumidores agora utilizando seus estoques a permanecem fora das compras de milho;
  • Contudo, as perdas de produção na região Sul já quebram a sazonalidade da oferta, com ausência de vendedores no Rio Grande do Sul e Santa Catarina para janeiro e fevereiro;
  • Esta é uma situação preocupante, pois a retomada de negócios em janeiro poderá encontrar um ambiente em que os produtores já negociaram o que precisavam e passarão a estar focados na safra de soja;
  • As altas a partir de janeiro podem ser expressivas no mercado interno brasileiro;
  • Por outro lado, a valorização do Real e os preços externos acomodados não permitem uma boa matemática para a safrinha 21. Os preços de porto estão em R$ 56/57/58 para ago/set. Sem a exportação, há pouco espaço para suporte de preços no segundo semestre de 2021;
  • Até a confirmação da safrinha, no entanto, há o plantio e desenvolvimento das lavouras, neste ano plantadas mais para fevereiro e março.