O dólar comercial fechou em alta de 0,76% no mercado à vista, cotado a R$ 5,1230 para venda, em sessão de forte volatilidade e estresse na abertura dos negócios, com o mercado reagindo negativamente à notícia de que uma nova variante do novo coronavírus se espalha rapidamente pelo Reino Unido, o que levou o governo britânico a decretar novas medidas de isolamento social. Ao longo do dia, porém, notícias sobre as mutações do vírus e vacinação na Europa levaram a moeda estrangeira a perder força.
“As notícias sobre a mutação do coronavírus, lockdown no Reino Unido, começo do inverno no hemisfério Norte e mais restrições em diversos países assustaram os mercados, principalmente, às vésperas do fim do ano, com as usuais festas de confraternizações”, comenta a equipe econômica do banco Fator, acrescentando que, nem o anúncio de acordo nos Estados Unidos sobre um pacote de estímulo fiscal de pouco menos de US$ 1 trilhão foi “capaz de manter os ânimos”.
Após o dólar operar nas máximas acima de R$ 5,22 na primeira parte dos negócios, o dólar perdeu força ao longo da sessão, como ressalta o gerente de mesa de câmbio da Correparti, Guilherme Esquelbek. “À tarde, com vendas de exportadores e melhora de algumas moedas [de países] emergentes em meio às notícias menos pessimistas quanto ao surgimento de uma onda mais contagiosa do covid-19 no Reino Unido, a divisa desacelerou os ganhos”, reforça.
No início da tarde, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) autorizou o uso da vacina contra o novo coronavírus desenvolvida pela Pfizer e da BioNTech para uso condicional, liberando a União Europeia (UE) a iniciar o processo de imunização nos próximos dias, já autorizada pela Comissão Europeia.
Nesta terça, 28, com a agenda de indicadores esvaziada, os destaques ficam para a prévia da inflação doméstica neste mês – no qual o mercado estima alta de 1,15%, segundo levantamento da Agência CMA – e para a terceira leitura do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no terceiro trimestre.
Para o economista da Nova Futuro Investimentos, Matheus Jaconeli, a movimentação do mercado deve continuar em torno das notícias do novo coronavírus, vacinas e mutações. “Investidores podem continuar digerindo novas notícias sobre a covid-19 com possibilidade de os agentes alocarem em ativos de risco, o que pode tirar a pressão do dólar”, aposta.
Por Agência Safras