O governo do Paraná participou, no dia 21 de julho, do anúncio da construção da que será a maior fábrica de queijos do Brasil. Com presença do governador Ratinho Júnior, a solenidade ocorreu na cidade de São Jorge D’Oeste, onde uma unidade da Piracanjuba irá ocupar um espaço de 48,74 hectares, nas margens da PR-281.
Segundo a empresa, a previsão inicial de investimento é de R$ 80 milhões e a expectativa é de geração de 300 empregos diretos. Inicialmente, a fábrica deverá processar cerca de 600 mil litros de leite por dia. Porém, a capacidade de processamento da unidade vai ultrapassar os 2 milhões de litros por dia quando estiver em pleno funcionamento.
Para o governador, este empreendimento é motivo de comemoração para o estado. “Temos feito contato com grandes empresas para que, mesmo com esse momento econômico difícil, estes investimentos sigam gerando emprego para os paranaenses”, destacou.
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A unidade deve fortalecer a cadeia leiteira, já que está localizada em uma área com tradição no setor. “Esta indústria reforça a vocação regional, já que o sudoeste [do Paraná] é a maior bacia leiteira do Estado. Então, a nossa produção será industrializada aqui, gerando mais valor agregado”, disse o governador. Ele destacou a importância da produção leiteira paranaense, que processa mais de 4 bilhões de litros de leite por ano e é a segunda maior do país.
O superintendente da companhia, César Helou, destacou que o projeto inicial passou por uma reformulação, que fará da unidade uma das mais importantes da Piracanjuba. “Esta não será apenas mais uma, mas, sim, a maior fábrica de queijo do Brasil, além de uma pequena fábrica de leite longa-vida e uma de manteiga”, disse Helou.
Esta será a segunda unidade própria da Piracanjuba no Paraná. A outra fica na mesma região, na cidade de Sulina, e entrou em funcionamento em setembro do ano passado. Com capacidade para processar 150 mil litros de leite por dia, a indústria gera 70 empregos diretos na produção de queijo. Há ainda duas unidades de resfriamento de leite, em Itapejara do Oeste e em Cascavel, ambas alugadas.
Leite paranaense
O secretário de Estado da Agricultura, Norberto Ortigara, lembrou que o leite é o quarto produto em geração de valor nas propriedades rurais do Paraná. “São entre 70 mil a 80 mil famílias paranaenses produzindo leite todo dia no Estado”, destacou.
Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirma que o Paraná passou de terceiro para segundo maior produtor de leite do Brasil – foram 4,4 bilhões de litros produzidos em 2018. O estado fica atrás da Minas Gerais e na frente do Rio Grande do Sul.
Castro, nos Campos Gerais, lidera a produção brasileira com 292 milhões de litros. Em segundo lugar está o município de Patos de Minas (MG), que produziu 193 milhões de litros. No Paraná, outro destaque é Carambeí, com 180 milhões de litros, que ocupa a terceira posição no ranking nacional.
Em dez anos (2008 a 2018), a produção paranaense de leite cresceu 55%. Carambeí e Castro produzem quatro vezes mais do que a média brasileira, que é de dois mil litros ao ano por animal – os dois municípios paranaenses produzem, respectivamente, 9 mil litros e 8, 3 mil litros por vaca ao ano.