Campanha de brasileiro para direção-geral da FAO critica possível indicação de espanhol ao cargo

Europa gasta grande quantia com subsídios para setores agrícolas de exportação ? uma das maiores batalhas da FAOA primeira batalha diplomática do governo Dilma Rousseff será aberta, oficialmente, nesta segunda, dia 24. Depois de protocolar a candidatura do ex-ministro José Graziano à direção-geral do Fundo das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês) na sexta, a briga pelo cargo estará aberta. Questão de honra para o país, a campanha de Graziano deixa de lado o tom diplomático e critica abertamente a possível indicação de um europeu, antecipando o que deve ser a maior disputa

O principal rival do ex-ministro brasileiro deverá ser Miguel Ángel Moratinos, ex-chanceler espanhol. Apesar de as candidaturas só serem confirmadas na primeira semana de fevereiro, Moratinos já declarou que disputará. A munição brasileira será esta: como ele, um representante da região que mais investe em subsídios para o setor agrícola, pode querer dirigir um órgão que tem como meta promover a agricultura dos países mais pobres? O fim dos subsídios para setores agrícolas de exportação tem sido uma das maiores batalhas da FAO.

O atual diretor-geral, o senegalês Jacques Diouf, é abertamente crítico, responsabilizando os europeus pela dificuldade de os países mais pobres desenvolverem sua agricultura e encontrarem mercado para seus produtos. Em 2010, os europeus gastaram quase US$ 40 bilhões apenas em subsídios.