Diversos

Dólar fecha em queda superior a 3%; recuo é o maior em 2 anos

O dólar ampliou as perdas diante a expectativa de novos estímulos à economia norte-americana

O dólar comercial fechou com forte queda de 3,28% no mercado à vista, cotado a R$ 5,3220 para venda, na maior queda percentual diária desde 8 de junho de 2018 (quando recuou 5,50% na sessão) e interrompendo a sequência de quatro altas seguidas. Além de acompanhar o exterior em um movimento de correção após a forte alta desta segunda, 11, o fluxo de entrada de recursos no mercado local por meio de captações corporativas corroborou para o derretimento da divisa na sessão.

O diretor da Correparti, Ricardo Gomes, ressalta que o dólar desabou em “claro” movimento de realização. “Moedas frágeis e vulneráveis, a exemplo do real, normalmente, são as eleitas pelos especuladores para ampliar os ganhos, em momentos de incertezas”, avalia.

Gomes destaca que os anúncios de novas captações corporativas contribuíram para a apreciação da moeda local, enquanto no exterior, o dólar ampliou as perdas diante a expectativa de novos estímulos à economia norte-americana que devem ser anunciados após a posse de Joe Biden e Kamala Harris nos Estados Unidos, na semana que vem.

Além de uma correção no exterior, após as altas recentes da moeda, como destaca o economista da Guide Investimentos, Alejandro Ortiz. Ele ressalta que o resultado “mais salgado” da inflação em dezembro e no fechamento de 2020 alimenta apostas de que a taxa básica de juros (Selic) pode subir “mais cedo” do que o esperado, o que também corroborou para a desvalorização do dólar o mercado doméstico.

Em dezembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 1,35%, acima do esperado, e acelerando-se da alta de 0,89% em novembro. Com isso, o indicador fechou 2020 em alta de 4,52%, acima do centro da meta perseguido pelo Banco Central (BC), de 4%,

Nesta quarta, 13, na agenda de indicadores, o destaque fica para os números de dezembro da inflação dos Estados Unidos, além da divulgação do relatório com uma avaliação da situação econômica do país, divulgado pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

“Uma preocupação recente começou com a alta da inflação lá e entrou no radar do mercado em meio à alta dos preços dos títulos de dívidas dos Estados Unidos [treasuries]. Isso pode fazer preço amanhã”, avalia a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack.