Consolidada como principal parceiro comercial do Brasil, a China respondeu por US$ 33,6 bilhões do superávit de US$ 50,9 bilhões na balança comercial em 2020, mostram os dados do Indicador de Comércio Exterior (Icomex), divulgado nesta sexta-feira (15) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
A alta de 17%, em volume, nas exportações para a China foi puxada pelas commodities. Dois terços do saldo positivo de 2020 se deveram às trocas com o gigante asiático. “O aumento nas exportações de commodities direcionadas para a China atenuou a queda nas vendas externas em um ano de forte retração na demanda mundial”, diz a nota divulgada pela FGV.
Com o tombo do comércio exterior por causa da pandemia da Covid-19, no agregado, as exportações caíram 5,7% em volume e 8,8% em preço. Só que as vendas de commodities ao exterior, embora tenham caído 5,8% em preço, subiram 7,4% em volume, na comparação com 2019. Já as exportações de não-commodities caíram 5,8% em preço e 13,5% em volume. Com isso, as commodities responderam por 66% do valor exportado ano passado, maior participação da série histórica do Ministério da Economia, iniciada em 1998.
Quando se desagrega as exportações por atividade econômica, a agropecuária registrou alta de 7,4%, em termos de volume, enquanto houve quedas nas vendas externas da indústria extrativa (-1,2%) e na indústria de transformação (-3,6%). “A liderança anual do setor agropecuário nas exportações brasileiras é explicada pelo aumento de volume das exportações para a China”, diz a nota da FGV. O apetite chinês para comprar commodities do Brasil, com destaque para a soja e as carnes, fez o gigante asiático ficar com 32,3% das exportações brasileiras em 2020, ante uma participação de 28,1% em 2019. Nas importações, a China ficou com 21,4% de participação em 2020, ante 19,9% em 2019.
Por Estadão Conteúdo