O dólar comercial fechou em alta de 0,75% no mercado à vista, cotado a R$ 5,3450 para venda, em sessão de forte volatilidade e amplitude, refletindo a cautela local em meio às incertezas em torno das vacinas contra a Covid-19 de refletindo a falta de planejamento na distribuição e à escalada nas preocupações com o cenário fiscal e político.
O diretor da Correparti, Ricardo Gomes, destaca que investidores renovaram “o descrédito das autoridades”, desta vez, com o processo logístico de distribuição das vacinas contra as covid-19 e da consequente lentidão do início de vacinação. “O que levou investidores à fuga dos ativos de risco e ao refúgio no dólar”, diz.
Ele acrescenta que, diante da maior cotação intraday em uma semana, acimade R$ 5,36, o risco-país – medido pelos swaps de default de crédito (CDS, na sigla em inglês) – de 5 anos alcançou a maior taxa desde 23 de novembro do ano passado. “Como pano de fundo está o endêmico risco fiscal que o país tem convivido nos últimos anos”, ressalta.
Nesta quarta, 20, o destaque da agenda de indicadores é a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), em que a previsão de manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 2,00% pela quarta vez seguida é unânime, segundo o levantamento feito pela Agência CMA.
A equipe de analistas do banco Fator ressalta que o Copom deverá “abandonar o forward guidance” (orientação futura) e sinalizar quando a Selic vai começar a subir. “Esperamos que a decisão fique para depois da atividade econômica do primeiro trimestre mostrar que a inflação vai ficar na meta por mais tempo, sem necessidade de alta dos juros curtos”, avalia.
Por Agência Safras