Ministério da Agricultura publica zoneamento para a mandioca e o feijão

Estudo identifica melhor época de plantio das culturas, nos diferentes tipos de solo e ciclos de cultivaresOs zoneamentos agrícolas de risco climático para a mandioca e feijão foram publicados no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda, dia 24 de janeiro. A pesquisa, coordenada pelo Ministério da Agricultura, identifica os municípios aptos e os períodos de semeadura para o plantio de mandioca, feijão 1ª safra e feijão caupi nos estados do Piauí, Alagoas, Sergipe e Acre.

A mandioca é uma planta rústica que apresenta adaptação às diversas condições de clima e solo, além de ser resistente e tolerante a pragas e doenças. Os principais elementos climáticos que afetam a cultura da mandioca no Piauí são temperatura do ar, radiação solar e regime hídrico. A precipitação pluviométrica ideal para a cultura está entre 1.000 a 1.500 mm distribuídos durante o ano. Em função de sua alta tolerância à pouca oferta de água, pode ser cultivada em regiões com menos de 800 mm de chuva por ano, com uma estação seca de quatro a seis meses de duração. A escassez de água nos primeiros cinco meses após o plantio é prejudicial ao desenvolvimento dessa raiz.

A produtividade do feijão (Phaseolus vulgaris L.), por sua vez, é bastante afetada pelas condições climáticas durante o ciclo da cultura. Altas temperaturas ocorridas no Acre e em Sergipe prejudicam o florescimento e a frutificação do feijoeiro. As temperaturas baixas, por sua vez, reduzem a produtividade. O feijoeiro é mais suscetível à oferta de água durante a floração e o estádio inicial de formação das vagens. O período mais crítico se situa entre 15 dias antes da floração e a floração plena.

O feijão caupi (feijão-de-corda) constitui fonte de proteínas e alimento básico para grande parte da população do Nordeste. No Brasil, é cultivado na zona semi-árida da região, predominantemente, e em pequenas áreas da Amazônia. O estudo mostra que as temperaturas para o bom desenvolvimento da cultura nos estados de Alagoas e Sergipe estão na faixa de 18ºC a 34ºC. O calor excessivo prejudica o crescimento e o desenvolvimento da cultura. O caupi necessita de, pelo menos, 300 mm de precipitação ao longo do ciclo.

Cevada

As orientações para o cultivo da cevada irrigada nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal e do amendoim em Sergipe e Alagoas  também foram divulgados pelo DOU na sexta, dia 21 de janeiro.

O plantio da cevada (Hordeum vulgare L.), antes restrito às regiões de clima frio, está sendo desenvolvido em áreas de Cerrado. Em Goiás e no Distrito Federal, a gramínea é uma importante opção tanto na rotação de culturas para a produção de grãos, como no aproveitamento da palha no sistema de plantio direto. O cultivo irrigado adaptou-se bem às condições do Cerrado brasileiro. Em São Paulo e Minas Gerais, as condições climáticas durante o período de outono e inverno são favoráveis. Nessa época, as baixas temperaturas juntamente com a umidade relativa do ar e a ausência de chuvas contribuem para o melhor desenvolvimento da planta e a menor incidência de pragas e doenças.

O amendoim (Arachis hypogaea L.) adapta-se a diversos climas, desde os equatoriais até os temperados. A cultura desenvolve-se melhor, com produtividade mais elevada, em climas quentes, como os de Sergipe e Alagoas.

Temperaturas de 30°C são as mais benéficas para a germinação, desenvolvimento inicial das plantas e, também, na formação do óleo. O cultivo do amendoinzeiro não é indicado para regiões muito úmidas ou com períodos de chuvas muito prolongados. Essas condições propiciam o aparecimento de doenças, além de prejudicar a colheita e a qualidade do produto.

Confira ao lado as orientações do estudo da mandioca,feijão 1ª safra e feijão caupi nas portarias nº 8 a 12 e da cevada irrigada e do amendoim nas portarias nº 2 a 7.

Entenda melhor

O Zoneamento Agrícola de Risco Climático é um instrumento de política agrícola e gestão de riscos na agricultura. O estudo é elaborado com o objetivo de minimizar os riscos relacionados aos fenômenos climáticos e permite a cada município identificar a melhor época de plantio das culturas, nos diferentes tipos de solo e ciclos de cultivares. A técnica é de fácil entendimento e adoção pelos produtores rurais, agentes financeiros e demais usuários.

São analisados os parâmetros de clima, solo e de ciclos de cultivares, a partir de uma metodologia validada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e adotada pelo Ministério da Agricultura. Dessa forma, são quantificados os riscos climáticos envolvidos na condução das lavouras que podem ocasionar perdas na produção. Esse estudo resulta na relação de municípios indicados ao plantio de determinadas culturas, com seus respectivos calendários de plantio.