O índice de preços dos alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) subiu 4,3% em janeiro, na comparação com o mês anterior, alcançando média de 113,3 pontos, na oitava alta consecutiva. Desta vez, o índice também atingiu o maior nível desde julho de 2014. Além disso, houve uma revisão para cima da média de dezembro, de 107,5 para 108,6, informou a FAO.
A alta dos preços foi liderada pelos cereais, açúcar e óleos vegetais, disse a agência de alimentos das Nações Unidas, nesta quinta-feira, 4.
As preocupações com a segurança alimentar levaram a Argentina e a Rússia, grandes produtores e exportadores de grãos, a apertar os controles de vendas externas nos últimos meses. A Argentina, que enfrenta o clima seco, colocou um limite nas exportações de milho para garantir abastecimento doméstico, mas logo voltou atrás. A Rússia, de olho no aumento dos preços dos alimentos para os seus cidadãos, estabeleceu planos para aumentar os impostos sobre as exportações de grãos. Ambas as medidas, juntamente com a forte demanda chinesa por milho, aumentaram os preços dos cereais, disse a FAO.
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Um subíndice de acompanhamento dos preços dos cereais subiu 7,1% (8,3 pontos) em janeiro, “refletindo o fornecimento global cada vez mais restrito com produção e estoques mais baixos do que o esperado anteriormente nos Estados Unidos, e compras substanciais pela China”, relatou a organização.
As preocupações com a seca na América do Sul e uma suspensão temporária dos registros de exportação de milho na Argentina também ajudaram a empurrar os preços internacionais do milho para o seu nível mais alto desde meados de 2013, destacou.
Os preços do óleo vegetal aumentaram 5,8% (7,7 pontos), atingindo teve média de 138,8 pontos em janeiro, nível mais alto desde 2012, já que a produção de óleo de palma na Indonésia e na Malas foi mais fraca do que o esperado, em virtude do excesso de chuvas, enquanto as greves na Argentina reduziram o fornecimento global de óleo de soja.
Os preços do açúcar subiram 8,1% graças à forte demanda, ao aumento do preço do petróleo e à desvalorização do real.
Laticínios e Carnes registraram ganhos mais discretos.
O Índice de Preços de Carne da FAO subiu 1%, com média de 96,0 pontos em janeiro, em comparação com dezembro de 2020, enquanto o Índice de Preços de Laticínios teve média de 111,0 pontos em janeiro, um aumento de 1,6% ante o mês anterior.
Entre as carnes, os preços para aves subiram mais, especialmente para as origens brasileiras, “sustentadas pela forte demanda global de importação, enquanto surtos de gripe aviária restringiram as exportações de aves de vários países europeus”, afirma a FAO. “Apesar das altas compras da China no período que antecedeu as comemorações do ano-novo do país, as cotações dos preços das carnes bovina e suína aumentaram apenas ligeiramente, uma vez que a oferta global permaneceu adequada para atender a demanda.