O ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, determinou, nesta segunda-feira, 8, a anulação de todas as decisões tomadas pela 13ª Vara Federal de Curitiba (PR) nas ações penais contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Como consequência, ficam anuladas as condenações proferidas.
O ministro ordenou que os casos sejam reiniciados na Justiça Federal do Distrito Federal. Com a decisão, o petista recupera os direitos políticos e volta a ser elegível.
Segundo o cientista político Leandro Gabiatti, a decisão segue uma lógica, inclusive, de preservar o trabalho da operação Lava Jato. “A decisão de Fachin tem uma lógica, uma racionalidade, que tem a ver com preservar, muito provavelmente, o ex-juiz Sergio Moro e a Lava Jato. Isso porque corre na segunda turma do Supremo um processo sobre a suspeição do ex-juiz Moro e a tendência seria a de confirmação de suspeição, o que teria chances de derrubar todas as decisões da Lava Jato”
“Temos desdobramentos políticos. Muda o cenário das eleições presidenciais e o que veríamos seria uma nova polarização”, completou.
Essa é a mesma avaliação do diretor do Instituto FSB Pesquisa, André Jácomo. “Se o presidente Lula será ou não candidato em 2022, essa será uma decisão que o PT terá que tomar. As últimas pesquisas mostram que o presidente Lula ainda tem um capital eleitoral bastante considerável, o que poderia levá-lo ao segundo turno das eleições, mantendo um cenário de polarização política, já presentes nas eleições brasileiras desde 1994. Hoje, Bolsonaro é o principal nome do país, representando esse eleitorado mais à direita”, explicou.