O secretário estadual de Agricultura, Christino Áureo, disse que o objetivo é “recompor aqueles solos que foram arrastados por força da enxurrada ou que, de alguma maneira, receberam material, como areia e entulho, vindo de outras regiões e que [essa situação] acabou modificando as condições daquele solo e piorando a possibilidade de produtividade daquela área”.
Segundo Áureo, os pesquisadores vão definir o tipo de investimento que o Estado do Rio de Janeiro e os produtores vão fazer para a recuperação dessas áreas, se utilizando financiamento de instituições como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco do Brasil (BB).
As equipes iniciarão as vistorias nesta quinta, dia 27, cumprindo um roteiro previamente definido.
? Porque já foi mapeado o contingente de propriedades que está mais sujeito a esse tipo de problema. Eles vão a campo, identificando situações bastante diferenciadas umas das outras e propondo um conjunto de medidas que nós vamos colocar em execução imediatamente ? explicou Áureo.
Primeiro, serão visitadas as comunidades rurais de Sebastiana e Vieira, em Teresópolis, e Conquista e Salinas, em Nova Friburgo. De acordo com o secretário, essas áreas foram identificadas como as que tiveram um impacto maior das chuvas. Todo esse complexo é responsável por boa parte da produção daquela microrregião.
Áureo disse que o que for estudado como solução para essas comunidades, provavelmente, servirá como exemplo e poderá ser aplicado nos demais municípios afetados pela tragédia.
Os prejuízos para a agricultura da região serrana alcançam R$ 269 milhões, dos quais R$ 45 milhões em lavouras e R$ 4 milhões em produção pecuária. O secretário admitiu que esse levantamento é preliminar e foi feito “a grosso modo” porque, a partir de agora, ele será feito por propriedade.
? Nós acreditamos que entre 20% e 30% da produção ficaram comprometidos por perda direta, no momento das chuvas fortes ou por problemas relacionados ao escoamento ? disse.
O secretário lembrou ainda que, embora atualmente haja mais de 50 máquinas da Secretaria de Agricultura trabalhando na abertura de estradas na região, existem problemas em relação às pontes, que foram danificadas ou destruídas pelas chuvas.
? A gente calcula entre 50 e 80 pontes que terão de ser refeitas. E esse não é um trabalho rápido ? disse.
O governo estadual conta, nesse sentido, com apoio do Exército, da Empresa de Obras Públicas do Estado (Emop) e do Departamento Estadual de Estradas de Rodagem (DER).