Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que dos dez principais produtos agrícolas que o Brail vendeu ao exterior, apenas o café e as carnes bovina e suína tiveram preço médio em dólar maior em 2020 na comparação com 2019, todos os demais itens recuaram, com queda média de 4,7%.
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Segundo Ana Cecilia Krete, pesquisadora associada do Dimac – Ipea, o dólar atuou de duas formas diferentes nesse cenário de queda nos preços. “Isso significa que o setor está recebendo menos. O câmbio em patamares altos, como neste momento, favorece o produto nacional, pois conseguimos colocar nossos itens com os melhores preços. Por outro, o dólar também desfavorece nos insumos. Pensando em termos de preço, não se trata de um lucro para o produtor”, destaca Ana.
Mesmo com a queda média nos preços na maioria dos itens, o Brasil se manteve como um dos principais fornecedores de commodities agropecuários no mercado mundial. Entre os principais importadores de produtos brasileiros, a China se manteve em primeiro, respondendo por 33,77% das exportações em, seguido por União Europeia, com 16,19% e Estados Unidos com 6,91%.
Para a pesquisadora do Ipea, independente do aumento da produção de alimentos na China, o país ainda dependera das importações de produtos brasileiros. Por outro lado, ela destaca a importância de manter outros mercados.
“No ano passado, apenas a China aumentou o volume de produtos agrícolas importados. Isso é preocupante, pois temos que pensar em outros destinos, como a Europa. Mesmo com a China importando maior volume, os melhores preços são pagos pelos europeus”, diz a pesquisadora.
Ainda de acordo com o Ipea, para 2021, a soja e as carnes devem seguir como principais produtos exportados pelo Brasil. “A maior parte do Produto Interno Bruto está ligado com a maior quantidade das commodities que o Brasil exporta. Na medida que temos boa produção podemos ter boa capacidade para exportação desses produtos. Não é a atoa que o Brasil tem despontado como os principais exportadores dessas commodities.