Agricultura

SP desenvolve variedade de batata-doce com o dobro de produtividade

A nova cultivar de batata-doce de polpa alaranjada é fonte de carboidratos, minerais, vitaminas, fibras e proteínas além de alta concentração de betacaroteno

O Instituto Agronômico (IAC), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, está trabalhando no desenvolvimento de uma nova cultivar de batata-doce. O IAC possui um programa de melhoramento genético da batata-doce biofortificada. Essa raiz tuberosa é fonte de carboidratos, minerais, vitaminas, fibras e proteínas, além de ter a polpa alaranjada, coloração que indica alta concentração de betacaroteno, ela é também mais produtiva.

Batata-doce
Foto: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de SP/ Divulgação

Segundo Valdemir Antonio Peressin, pesquisador do IAC responsável pela pesquisa, quanto maior a concentração de vitamina A, mais intenso é a tonalidade alaranjada da polpa.

“Além dos aspectos nutricionais, esse material demonstrou alta produtividade”, afirma. Os clones analisados superaram 32 toneladas por hectare, com ciclos de 120 a 150 dias.  Esse desempenho é mais que o dobro da produtividade média no Brasil, que é 14,06 toneladas por hectare.

A nova cultivar em desenvolvimento da batata-doce busca atender produtores paulistas e outras regiões em que o solo e o clima tenham condições similares. A cultivar ainda poderá ser utilizada por pequenos produtores ou hortas em fundo de quintal.

Típica de clima tropical e subtropical, a batata-doce pode ser cultivada durante o ano todo, praticamente, no território nacional. “A batata-doce apresenta elevada resistência às pragas e doenças e demanda poucos tratos culturais e poucos fertilizantes químicos para seu cultivo”, diz o pesquisador do IAC, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA).

Nos estudos, iniciados em 2016, foram feitos cruzamentos de variedades que geraram 30 mil sementes botânicas. Estas originaram dois mil clones na primeira etapa. Na etapa posterior, foram selecionados os 170 clones melhores. Os dados forneceram subsídios para a seleção de um grupo elite de 16 clones. O projeto está nos últimos estágios de seleção. “A previsão de finalização desse projeto é para agosto de 2021, com posterior pedido de registro dos materiais e disponibilização dos mesmo em meados de 2022”, diz o pesquisador.

Além disso, Peressin ainda destaca a dificuldade para a baixa produtividade do setor de batata-doce, resultantes pelo uso de cultivares inadequadas para a região e também reuso de lavouras com material vegetativo obtido de uma lavoura anterior, muitas vezes contaminada. “Por se tratar de uma planta rústica, os produtores nem sempre realizam o manejo do solo, não investem em adubação e em controle de pragas e doenças”, afirma.

batata-doce
Foto: Pixabay

A batata-doce de polpa alaranjada além de ser atrativa para a gastronomia por conta de seus atributos nutricionais, também é muito utilizada pela indústria. Ela pode ser consumida in natura, cozida, assada, frita ou processada, dando origem a produtos como farinhas, açúcar, fécula, doces e chips. Além disso, as ramas podem ser utilizadas para a alimentação animal e as raízes para a indústria de tapioca e derivados, além de produção de álcool e derivados.