A Comissão de Enlace das Entidades Agropecuárias da Argentina (Ceea), grupo que reúne as principais entidades agropecuárias da Argentina, estendeu a paralisação da comercialização de todos os produtos bovinos no país até a próxima quarta-feira, 2 de junho. A suspensão da venda tinha duração prevista até esta sexta-feira, 28, como resposta dos produtores ao bloqueio pelo governo argentino das exportações de carne bovina do país por 30 dias, adotado em 17 de maio. A extensão da medida foi anunciada em comunicado divulgado nesta sexta.
- Bolsonaro diz que não vai interferir no preço da carne e que mercado ‘vai se regularizar’
- Carne: embaixador da Argentina diz que exportação deve ser retomada
Na nota, os ruralistas explicam que a medida é tomada em um contexto de “incompreensão”. Eles reafirmam que o bloqueio das exportações de carne bovina não irá refletir na queda dos preços internos do produto. “Mas sim, terá o efeito contrário ao pretendido. Já mostramos com cifras concretas que, quando medida semelhante foi adotada no passado, os preços da carne no mercado interno subiram mais de 50% sobre a média do restante dos preços da economia”, argumenta a Ceea.
Na avaliação da entidade, a suspensão das exportações por meio da tentativa de saturar em oferta os frigoríficos e açougues internos vai resultar em enormes prejuízos aos criadores. Os ruralistas também alegam que o produtor não é o formador de preços e que ele é o “elo mais fraco” da cadeia pecuária.
“Por este motivo, também repudiamos o fato de que alguns membros desta cadeia de carne bovina ofereçam o aumento das tarifas de exportação como parte da solução, sabendo que isso afetará diretamente o preço por nós recebido. Não é aumentando os impostos que os problemas serão resolvidos”, diz a entidade.
Segundo a Ceea, em 2 de junho, os pecuaristas vão abrir uma janela na paralisação das vendas para cumprir contratos assumidos anteriormente. “Em função dos movimentos necessários que envolvem a atividade pecuária e sobretudo porque não queremos causar nenhum prejuízo ao já castigado cidadão argentino pela renda corroída pela inflação, pela crescente preocupação com o trabalho e em meio à pandemia com atrasos injustificados na vacinação”, diz a Ceea, no comunicado