O crescimento global da economia deve ser de 5,6% em 2021, de acordo com projeção divulgada nesta terça, 8, pelo Banco Mundial. O relatório aponta que é a recuperação mais forte em 80 anos, marcada pelos estímulos econômicos dos Estados Unidos, o crescimento mais rápido da China e o acesso às vacinas contra a Covid-19.
No entanto, esse crescimento pode aumentar a inflação e os juros no mundo todo. Segundo o comentarista Miguel Daoud, os impactos no setor produtivo deverão ser sentidos com o aumento do dólar.
“Sabemos que temos na casa de quase US$ 30 trilhões de dólares emitidos no mundo para evitar que a economia quebrasse. Se tivermos um crescimento dessa magnitude anunciada, é evidente que haverá inflação e os países desenvolvidos não aceitam que essa inflação passe dos 3%, fazendo com que as taxas de juros aumentem. Esse movimento fará todo esse dólar sumir, valorizando o câmbio em países emergentes”, disse.
Para Daoud, o produtor brasileiro pode ganhar mais com a venda do produto no mercado internacional, mas deve perder com o custo de produção elevado. Nesse equilíbrio, no entanto, a tendência é que mais se perde do que se ganha.
“A ministra [Tereza Cristina] vai negociar os R$ 15 bilhões para o Plano Safra. O que são R$ 15 bilhões para manter uma agropecuária que dá show de exportação e coloca alimento na mesa dos mundo? Espero que o ministro Paulo Guedes atenda à ministra da Agricultura e libere esse dinheiro”, concluiu Daoud.