O mercado físico de boi gordo registrou preços mais baixos na maioria das regiões de produção e comercialização nesta quinta-feira. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, os frigoríficos operam com escalas de abate mais confortáveis no decorrer do mês de julho e encontraram as condições necessárias para pressionar o mercado.
- Confinamento vem dando retorno para o pecuarista desde 2015
- Dia Nacional do Pecuarista: produtores ressaltam bom momento do setor
“No entanto, o grande limitador de movimentos mais agressivos é a situação da oferta que ainda é restrita em grande parte do país, cerceando movimentos mais efetivos de pressão de baixa. A elevação dos custos pecuários em 2021 acabou resultando em limitações no volume de animais confinados, limitações que são observadas no segundo semestre”, disse.
O mercado segue amplamente atento em relação à China, considerando as divergências acerca do processo de recomposição do plantel de suínos. O governo chinês voltou a retratar um cenário de recomposição quase que integral do rebanho, sem sequer mencionar a Peste Suína Africana (PSA) como um fator de preocupação.
O contraponto parte de agências de notícias internacionais e consultorias privadas que ainda apontam para descontrole de casos, e até mesmo citam uma potencial terceira onda da doença. “De concreto apenas a forte queda dos preços da suinocultura local que foi estancada pela atuação do governo chinês, recompondo seus estoques públicos”, assinalou Iglesias.
Com isso, em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 316 na modalidade à przo, ante R$ 316 – R$ 317 na modalidade à prazo na quarta-feira. Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 302, contra R$ 305. Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 309, inalterada. Em Cuiabá, o valor foi de R$ 307, contra R$ 307 – R$ 308. Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 309 a arroba, ante R$ 311.
Atacado
Já no mercado atacadista, os preços da carne bovina caíram para alguns cortes. Segundo Iglesias, a tendência é pela continuidade deste movimento no curto prazo, considerando o menor apelo ao consumo no decorrer da segunda quinzena do mês, resultando em uma reposição mais lenta entre atacado e varejo.
“Além disso, os frigoríficos conseguiram uma posição de maior conforto em suas escalas de abate o que também sinaliza para estoques de carne mais robustos neste momento. A carne de frango ainda conta com a preferência do consumidor médio no Brasil, algo bastante compreensível na atual conjuntura econômica”, assinalou Iglesias.
Com isso, o corte traseiro teve preço de R$ 21,05 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 17,10 o quilo, com queda de 20 centavos, e a ponta de agulha recuou de R$ 17,40 o quilo para R$ 17,10 por quilo.