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Fechamento da unidade do Incra em Rondonópolis (MT) gera revolta entre agricultores

Agricultor reclama da morosidade na regularização fundiária na região, que deve demorar ainda mais com o fechamento da sede regional do Incra

O fechamento de uma unidade do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no município de Rondonópolis (MT), deixou sem representação mais de 5.800 famílias da agricultura familiar. A decisão causou revolta no setor.

O agricultor José Luiz Luchinski tem um sítio de 25 hectares onde cultiva um pomar consorciado de frutas dentro do assentamento Primavera em Rondonópolis. Além do descaso logístico para escoar a produção até a cidade, o agricultor reclama da morosidade na regularização fundiária na região. Ele está há 25 anos lutando pela titularização da sua área.

“Muitas vezes a gente chega lá no Incra e o servidor daquela pasta não está no seu gabinete. Aí você protocola um documento e aguarda resposta ou solução. Fiz isso há 5 meses e até hoje não tem resposta. Então a nossa indignação é essa”, diz o agricultor.

Para piorar a frustração e revolta, Luchinski recebeu a informação que a unidade do Incra no município fechou as portas e vai ser incorporada à sede da superintendência regional, na capital do estado, Cuiabá.

“A proposta da classe política era que essa unidade, que nunca funcionou bem, iria ser ampliada para atender o anseio da comunidade e a resposta que nós recebemos hoje é que a unidade foi encerrada definitivamente. Agora, para resolver as coisas temos que andar 300 km neste trânsito pesado daqui para Cuiabá. A gente fica muito triste com isso e sem saber para que serve a nossa classe política”, ressalta.

“O que estava ruim ficou pior. Além disso, existe há essa preocupação do deslocamento até Cuiabá. O custo vai aumentar, então os trabalhadores vão sofrer um pouco mais para ter os mesmos resultados que tinha lá quando iniciou a unidade do Incra”, afirma o presidente da associação dos pequenos produtores, Nelsivon Gomes.

Desde a inauguração há quatro anos no município, a unidade avançada do Incra) encerrou as atividades em duas ocasiões. Com a nova decisão, quase 6.000 mil famílias assentadas devem ficar sem atendimento direto em toda região sul/sudeste do estado.

“Em Brasília, solicitamos várias audiências em Cuiabá, mas não prosperou a contratações de servidores. Por essa razão acabou dando álibi para que o superintendente pudesse desativar a unidade. Nós que trabalhamos na unidade e temos uma relação com os assentamentos achamos que é preciso de um apoio da classe política para que possa reativar e trazer servidores para a unidade”, diz Nelsivon Gomes.

Em nota, a superintendência regional do Incra comunicou que que a decisão de desativar a unidade em Rondonópolis visa buscar a otimização de estrutura operacional e recursos humanos da autarquia.