Em mais uma semana de muita expectativa quanto aos rumos econômicos, Miguel Daoud comenta o cenário brasileiro nas vésperas da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central.
“A grande preocupação, sem dúvida nenhuma, está exatamente num conjunto de fatores que está nos levando a tirar a previsibilidade. O mercado financeiro trabalha muito com expectativas. Quando você não consegue visualizar essas expectativas no futuro, acaba-se trazendo para o presente um cenário que é exatamente esse. A alta de juros, não tenha dúvida, é uma aposta majoritária do mercado que o Banco Central vai aumentar em um ponto percentual. Juros altos significam restrição ao crédito. Se esse juros combatesse a inflação, seria bom, mas a inflação não se dá pelo lado da demanda”, destaca Daoud.
Ainda de acordo com o comentarista, o cenário político também traz incertezas para a economia. “As discussões em torno do voto impresso trazem uma polarização muito grande no Congresso. Isso tudo traz insegurança. A reforma tributária também está com as discussões atrasadas e não se sabe como será pago um eventual aumento no Bolsa Família. Está um saco de gatos, saber como vão se conciliar economia e política. Precisamos ter um pouco mais de sensibilidade e pensar nos pobres, pois as consequências desse momento serão desastrosas para os próximos tempos”, finaliza Daoud.