No Nordeste, chove de forma frequente na faixa leste. Na região de Recife, o acumulado chegou a 185 milímetros em 24 horas, o que representa 90% do esperado para agosto. Embora a chuva seja bem-vinda para os canaviais, cana-de-açúcar, feijão, pastagens e lavouras de subsistência da região, o alto volume traz complicações para as áreas urbanas. Em Salvador, o acumulado alcançou 100 milímetros em três dias. Em Maceió, bastaram apenas 24 horas para que este acumulado fosse alcançado. “Há problemas associados a deslizamentos de encosta nas capitais”, diz Celso Oliveira, meteorologista da Somar.
Na região Sul uma frente fria avança e vai chegar na costa do Sudeste nesta semana levando chuva aos portos de Santos e Paranaguá, além de áreas produtoras de trigo e segunda safra de milho. Do litoral do Paraná até o litoral norte de Santa Catarina, o acumulado oscila entre 60 e 70 milímetros, correspondendo a 75% da média histórica de agosto.
Boa parte da precipitação acontecerá na quinta-feira. Já no interior da região Sul, o acumulado será bem mais modesto, alcançando até 20 milímetros no máximo.
Além disso, há previsão de nova queda de temperatura. A temperatura mínima vai oscilar entre 0°C e 3°C na metade sul do Rio Grande do Sul com formação de geadas na quarta, 11, e quinta-feira, 12. A queda da temperatura também será sentida em partes do Centro-Oeste e Sudeste, mas sem potencial para geadas.
Mesmo chovendo pouco, a combinação de chuva e frio manterá a umidade do solo elevada em boa parte da região Sul, favorecendo o desenvolvimento das culturas de inverno. Apenas no norte do Paraná, a umidade do solo está abaixo do nível ideal para o desenvolvimento agrícola e não há perspectiva de chuva significativa, o que aumenta as preocupações dos produtores de trigo.
No interior do Sudeste e em todo o Centro-Oeste, o tempo permanecerá seco nesta semana, apesar da oscilação de temperatura. As atividades de colheita de milho, cana de açúcar, café e laranja avançam rapidamente. No Nordeste, há previsão de chuva forte entre Sergipe e Rio Grande do Norte, além do litoral do Maranhão.
Na região Norte, a chuva mais intensa alcança o litoral do Pará e do Amapá e os estados de Roraima e Amazonas. No Nordeste, a chuva forte na faixa leste da região beneficia a cana de açúcar.
Na semana que vai de 16 a 22 de agosto, outra frente fria trará chuva mais intensa à Santa Catarina, enquanto boa parte das regiões Sudeste e Centro-Oeste permanecerão sob tempo seco. Este período também será caracterizado pelo aumento da temperatura máxima. O ápice do calor será visto por volta do dia 22 de agosto com máximas acima dos 40°C em boa parte da região Centro-Oeste, além do Norte. No interior de São Paulo e no Triângulo Mineiro, estimam-se mais de 35°C.
No Nordeste, a chuva forte acontecerá entre a Bahia e Pernambuco, enquanto no Norte, as precipitações mais intensas serão vistas no litoral e nos Estados de Roraima, Amazonas, Acre e Rondônia. Olhando mais para frente, entre os dias 24 de agosto e 07 de setembro, o tempo permanecerá seco e quente em boa parte do centro e sul do Brasil. A primeira chuva mais intensa e abrangente é prevista entre os dias 13 e 17 de setembro nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, embora isso não indique regularização. Tanto que o decorrer da segunda quinzena de setembro será com tempo seco novamente nas duas regiões.
Os últimos sete dias foram caracterizados pelo tempo seco e temperatura em elevação em boa parte das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Para se ter uma ideia, em Uruguaiana-RS, a temperatura foi de 2°C na segunda-feira passada para 30°C no início desta semana. A colheita avança. Em Mato Grosso, por exemplo, 90% da segunda safra de milho foi colhida e o rendimento diminuiu 10% em relação ao ciclo anterior por conta do plantio tardio e consequente estiagem.
As geadas de julho ainda repercutem no campo e em Patrocínio-MG, de acordo com a Emater, 55% das áreas de café em produção foram afetadas pelo frio intenso. A combinação de estiagem prolongada e geadas em julho deixou a vegetação muito seca. O risco de queimadas aumentou de forma considerável no Paraná e regiões Sudeste e Centro-Oeste nos últimos dias. Somente nos primeiros nove dias de agosto, o Brasil registra mais de 9 mil e 500 focos.