Pupunha impulsiona desenvolvimento no litoral paranaense

Uma agricultura sustentável, com geração de renda e conservação ambiental, que contribui para o alcance de três dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), propostos pela ONU: ODS 1, erradicação da pobreza; ODS 2, fome zero e agricultura sustentável e ODS 15, proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres. Esta é a realidade do cultivo de pupunha para palmito no litoral do Paraná, de acordo com a Embrapa.

O litoral paranaense tem fortes restrições para desenvolvimento da agricultura, por estar em uma área de preservação da Mata Atlântica. Até cerca de 20 anos atrás, observava-se o extrativismo de palmito-juçara (Euterpes edulis), nativo da região, mas que, ao ser colhido, provoca a morte da árvore. Hoje, esta espécie encontra-se em extinção e com a colheita proibida por lei. Várias práticas agrícolas e pecuárias foram introduzidas ao longo do tempo, mas poucas apresentaram bons resultados, devido a diversos motivos, como condições desfavoráveis de clima, solo, retorno econômico, entre outros.

A transformação na produção e na economia litorânea foi impulsionada pelo Projeto “Pupunha para palmito na agricultura familiar”, desenvolvido pela Embrapa Florestas (PR) e parceiros, no período de 2000 a 2020. O projeto fortaleceu, para produção de palmito na região, o cultivo de pupunha (Bactris gasipaes), nativa da região Norte do Brasil, onde é cultivada para produção de frutos. Segundo Álvaro Figueiredo dos Santos, pesquisador aposentado da Embrapa Florestas e responsável pela execução do projeto, observou-se que “a pupunha poderia ser uma boa alternativa aos agricultores familiares”. (Confira a entrevista)

Durante os 20 anos de trabalho, “a pesquisa apontou caminhos para o sistema de produção, como espaçamento, adubação, tratos culturais, cuidado com doenças e também inovações na forma de processamento”, conta o pesquisador. “E parte do sucesso se deve à conjunção de esforços entre órgãos de pesquisa e de assistência técnica e extensão rural”, comemora. De sabor mais adocicado quando comparada com o palmito de juçara, hoje o consumo de palmito de pupunha é uma realidade totalmente inserida no dia a dia do consumidor, que encontra com facilidade em mercados e restaurantes, seja em conserva ou in natura.