Na avaliação do presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Salim Taufic Schahin, a tendência é de crescimento ainda maior das relações comerciais nos próximos anos. Ele prevê para este ano expansão de 15%, que “pode até ser conservadora”.
No entanto, Schahin considera prematuro fazer previsões sobre o impacto da crise política do Egito nas relações comerciais com o Brasil. O Egito vive dias de turbulência, com uma pressão popular cada vez maior para que o presidente, Hosni Mubarak, renuncie ao cargo que ocupa há 30 anos.
? Acredito que as relações do Brasil com o Egito na área comercial vão se intensificar no longo prazo. Já no curto prazo, é claro que uma ruptura institucional [no Egito] pode atrapalhar um pouco. O mundo pressiona por uma saída pacífica para a crise.
Dados da câmara de comércio mostram que o Brasil compra do Egito, principalmente, petróleo e fertilizantes. Só em fertilizantes egípcios, o Brasil gastou US$ 99 milhões dos US$ 168 milhões exportados para o Brasil no ano passado. No sentido oposto, o Brasil manda para o Egito, principalmente, minério de ferro, açúcar e carnes bovinas e de aves.
De acordo com Schahim, existe grande interesse dos países árabes em aumentar os investimentos no Brasil, em especial, na produção de alimentos, já que eles têm alta dependência da oferta externa de comida.