Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) São Carlos desenvolveram um curativo multifuncional para tratamento de feridas utilizando biotecnologia e nanotecnologia. Foi utilizado a combinação de materiais biodegradáveis com curcumina — substância com ação medicinal extraída do açafrão-da-terra. Os resultados foram divulgados na revista Reactive & Functional Polymers.
Segundo a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), o trabalho foi orientado pelo pesquisador da Embrapa Instrumentação Daniel Souza Corrêa, no ramo da Rede Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio (Rede AgroNano), e envolveu dois programas de pós-graduação da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com financiamento da Fapesp.
A curcumina apresenta várias propriedades medicinais, como atividade bactericida, antioxidante e anti-inflamatória, mas é limitada por sua baixa solubilidade e fácil degradação na presença de luz. Para driblar as barreiras, os cientistas desenvolveram um nanomaterial baseado em membranas poliméricas bicamadas, compostas por fibras eletrofiadas de poliácido láctico e borracha natural.
O resultado do estudo abre caminho para ampliar o uso do curativo. Em laboratório, o material desenvolvido evitou a penetração de bactérias por dez dias e demonstrou forte ação contra a bactéria presente em feridas e associada a infecção de pele.
- Governo facilita acesso a águas públicas para uso na aquicultura
- Café: seca provocará mais perdas que as geadas em 2022
O curativo pode ser utilizado como mantas de nanofibras em diversos formatos específicos para ferimentos na pele. Enquanto protege as lesões de ações externas, como exposição à luz solar e contaminação, o curativo também diminui a infecção por bactérias.
Um pedido de patente já foi solicitado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O próximo passo é ir atrás de parceiros para avançar no desenvolvimento do produto e realizar testes em escala para entrada no mercado.