Mercado de trigo reage no Brasil

Dificuldade em negociar com argentinos e qualidade nacional do produto contribuíram para a guinadaO mercado brasileiro de trigo começa a reagir, após vários meses de lentidão. A dificuldade em negociar trigo argentino, devido à greve de produtores daquele país, e a boa qualidade do trigo nacional colhido nesta safra fizeram com que moinhos retomassem as negociações no mercado interno.

De acordo com a nota divulgada pela instituição, esse posicionamento leva em conta também as exportações brasileiras, que têm sido estimuladas pelas intervenções do governo, como os leilões de PEP, e pelos bons níveis de preços do trigo no mercado internacional. Dessa forma, os moinhos passam a enfrentar maior concorrência, o que tende a elevar os preços domésticos. Nesse contexto, compradores têm antecipado parte das aquisições.

Levantamentos do Cepea mostram que, neste início de ano até 2 de fevereiro, os preços do trigo em grão tiveram altas mais expressivas no Rio Grande do Sul. Os valores aumentaram 4,36% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e 4,74% no de lotes (negociações entre empresas). No Paraná, os preços também subiram, mas de forma moderada: 1,14% no mercado de balcão e 3,74% no de lotes. Em São Paulo, no mercado de lotes, a alta foi de 3,3% no mesmo período.

A colheita de trigo no Brasil terminou em dezembro, e a partir de março, produtores fazem planejamentos para a safra de inverno, na qual o trigo concorre com o milho.

Na Argentina, dados da Bolsa de Cereales do último dia 27 apontam o término da colheita, com a produção estimada em 15 milhões de toneladas. Ainda segundo a Bolsa, os rendimentos médios foram históricos, com a produtividade chegando a 8,9 mil quilos por hectare em algumas regiões. A média nacional é de 3,45 mil quilos por hectare.