As vendas de café de safras futuras no Brasil continuam bem lentas. Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, o percentual já elevado de comprometimento por parte do produtor explica a postura mais defensiva, ainda mais com o preço do arábica firme e testando novas máximas. “A estratégia é alongar as posições, buscando trabalhar dentro da curva ascendente de preços”, comenta.
Levantamento da Safras indica que até o último dia 20 de outubro as vendas da safra 2022/23 alcançavam 25% do potencial produtivo brasileiro em 2022, o que corresponde a um avanço de apenas 1 ponto percentual em relação ao mês anterior. A indicação está sujeita à ajuste, uma vez que é baseada em potencial produtivo. As vendas de arábica estão mais aceleradas, girando em torno de 28%, enquanto a comercialização de conilon alcança 17% do potencial da próxima safra. “A indústria doméstica aumentou a procura por conilon para entrega na entrada da próxima safra, dando sequência à estratégia comercial, que teve início com a cobertura para os primeiros meses de 2022”, avalia o consultor.
O produtor tem demonstrado maior interesse de venda para a safra 2023, fugindo, assim, do risco produtivo do próximo ano. “Mas a cadência de vendas é lenta, normal devido à distância de tempo daqui até a safra 2023”, aborda Barabach. O comprometimento potencial gira em torno de 9% e concentrado no arábica (12%). “O retorno das chuvas ao Brasil pode servir de impulso às fixações antecipadas (negociações a termo). Já os preços altos, com mercado flertando com máximas, acaba tirando a agressividade do vendedor, devido à expectativa de novos ganhos”, conclui.
Por Agência Safras