O plantio da soja em Mato Grosso alcançou cerca de 70% da área nesta semana, de acordo com o Imea. Apesar da chuva abaixo da média histórica, a precipitação vem caindo com frequência. De acordo com estimativa de satélites, no início da segunda quinzena de outubro, o acumulado estava abaixo dos 100 milímetros em áreas do vale do Araguaia, boa parte do oeste de Mato Grosso e algumas áreas da BR-163, implicando em menos da metade do normal para o período.
No Paraná, por outro lado, a chuvarada chama a atenção. De acordo com o Cemaden, o acumulado desde o início do mês alcança 470 milímetros em Borrazópolis, norte do estado e Cascavel, e passa dos 400 milímetros em outras cidades como Umuarama. O normal é chover 160 milímetros nesta época do ano. Plantio e colheita vão aos trancos e barrancos com tanta chuva.
No Rio Grande do Sul, apesar do volume de chuva bem menor que no Paraná, a precipitação vem caindo de forma frequente e a temperatura está baixa. Para se ter uma ideia, fazia 30 dias, a temperatura máxima não alcança 30°C em Uruguaiana-RS. O plantio de soja praticamente não começou e a colheita do trigo e plantio do milho avançam em ritmo bem lento.
Na primeira semana de novembro, há previsão de precipitação em boa parte do país, tanto que a área com acumulado abaixo da média vai ficar concentrada apenas no Rio Grande do Sul e nos Estados de Rondônia, Acre e Amazonas. Por outro lado, choverá bem mais que o normal nas áreas de café, cacau e culturas irrigadas como batata e frutíferas de Minas Gerais e da Bahia. Com desvios mais modestos, choverá mais que o normal no leste de São Paulo, Goiás, norte do Espírito Santo, oeste de Pernambuco, neste caso, prejudicando frutíferas do vale do São Francisco, sul do Ceará, do Piauí e de Mato Grosso e boa parte dos Estados do Maranhão, Amapá e Roraima.
Em resumo, a chuva vai continuar caindo de forma frequente na maior parte do país e permite a instalação e desenvolvimento das lavouras. E no Sul, especialmente no Rio Grande do Sul, o aumento do calor e chuva mais fraca permite a aceleração das atividades de campo.