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Mapa define 'hub do cacau' para receber 11 pontos de conexão via satélite

Além de gerar maior produtividade e renda no campo, a conectividade em áreas estritamente rurais permitirá difusão do conhecimento

Onze estações experimentais da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) serão contempladas com pontos de conexão via satélite no Hub Cacau das Comunidades Conectadas. Os pontos de conexão de internet estão localizados em seis estados (AM, BA, ES, MT, PA e RO) e integram as ações de conectividade no campo, anunciadas em maio pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em parceria com o Ministério das Comunicações.

Em oito estações, a conexão inaugurada pelo Mapa é inédita e trará repercussão na expansão da política cacaueira, destaca o diretor da Ceplac, Waldeck de Araújo Júnior.

“A conexão é essencial para as atividades de pesquisa, de capacitação dos técnicos e produtores e mesmo para a segurança das estações e do pessoal que trabalha porque na maioria dessas estações nem pega sinal de celular”, comenta.

A conexão chegará pela primeira vez nas estações experimentais de pesquisa de cacau em Manaus (AM); Uma (BA); Itabela (BA); Itajuípe (BA); Linhares (ES); Alta Floresta (MT); Medicilândia (PA) e Tucumã (PA). Elas se somam às estações de Ilhéus (BA); Ouro Preto do Oeste (RO) e Marituba (PA), que já registravam algum tipo de conexão à internet.

Os pontos no estado do Pará e da Amazônia já estão em funcionamento, permitindo a troca de informações, inclusive audiovisual, sobre o andamento das pesquisas, desenvolvimento de áreas e plantas entre as estações e apoio para a capacitação de produtores e técnicos de diversas instituições sobre a cacauicultura.

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Foto: Ministério da Agricultura

Na estação de Medicilândia, a equipe técnica registrou a separação de sementes híbridas de cacau a serem distribuídas aos produtores da região. O vídeo foi transmitido aos grupos pela rede conectada logo após a instalação, em meados de outubro.

Além de gerar maior produtividade e renda no campo, a conectividade em áreas estritamente rurais permitirá difusão do conhecimento a partir da prestação de assistência técnica e capacitação online. A chamada Ater 5.0 é uma alternativa complementar à assistência técnica e extensão rural convencional, a qual permite que os agricultores recebam orientações técnicas rotineiras e emergenciais de forma online. Essa modalidade educacional registra significativo crescimento no país e caracteriza-se como oportunidade, também, de manter o jovem no campo ao proporcionar ensino de qualidade.

Internet via satélite

A diretora de Apoio à Inovação para Agropecuária do Mapa, Sibelle Silva, explica que a tecnologia de conexão via satélite permite a comunicação de dados em banda larga a partir de faixa dedicada a essa transmissão com qualidade para locais remotos e de difícil acesso.

A opção pela conexão satelital se dá, principalmente, em regiões nas quais cabos de fibra óptica e antenas não chegam ou sua viabilidade é remota. Nesta tecnologia, aproveitam-se torres já existentes para a conexão.

A iniciativa dos Assentamentos Conectados trabalha com a perspectiva de instalar 250 pontos de conectividade em regiões brasileiras de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) a partir de conectividade via o satélite do programa Governo Eletrônico – Serviço de Atendimento ao Cidadão (Gesac).

Serão atendidas comunidades rurais, incluindo assentamentos, escolas, áreas rurais remotas, privilegiando regiões com demandas de desenvolvimento regional para o agro. Os pontos estão distribuídos prioritariamente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Pela iniciativa dos Assentamentos Conectados, já foram instalados 56 pontos nos estados de Alagoas, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba e Sergipe.

Conexão rural

Para conectar comunidades do agro à internet, o Mapa ainda conta com projetos-pilotos de antena 5G. A tecnologia já foi instalada e testada a partir de conexões entre máquinas em ações experimentais em Rondonópolis (MT), na área do Instituto Mato-Grossense de Algodão (IMAmt); em Sorocaba (SP), na área do Centro Universitário Facens; e em Londrina (PR), no espaço de Vitrine de Tecnologias da Embrapa Soja.

As ações de conectividade do Mapa também englobam um estudo de projeção de impacto no Valor Bruto da Produção (VBP) a partir de dois cenários de conectividade. Desenvolvido pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), o estudo “Cenários e Perspectivas da Conectividade para o Agro” apresenta cenários para a cobertura de internet no modelo telecom (sinal 2G, 3G, 4G) em um horizonte até o ano 2026.

Em um primeiro cenário seria aproveitada a capacidade de transmissão de 4.400 torres já existentes no Brasil. Isso permitiria ampliar a cobertura atual de 23% nas áreas rurais para 48% de iluminação de sinal no território agrícola nacional, proporcionando um aumento de 4,5% do Valor Bruto de Produção (VBP). Um segundo cenário compreende a instalação de 15.182 novas torres, que seriam suficientes para suprir uma cobertura final de 90% da demanda de conectividade no campo e traiam um acréscimo de 9,6% no VBP.