O dólar comercial fechou em R$ 5,7410, com alta de 1%. A moeda norte-americana refletiu os efeitos da tensão global com a variante ômicron e, em segundo plano, as incertezas sobre o orçamento de 2022, que reacende o alerta fiscal.
De acordo com a economista e estrategista de câmbio do Banco Ourinvest, Cristiane Quartaroli, “ainda existe muita incerteza e cautela com a avanço da ômicron, e isso pode ter impacto na retomada econômica”.
Quartaroli acredita que, além da aversão ao risco global, os problemas domésticos persistem: “O mercado teme os gastos exacerbados do governo às vésperas das eleições. Este pano de fundo ajuda a enfraquecer o real”, ressalta.
Segundo o sócio da Top Gain, Leonardo Santana, “o dólar está desvalorizado, mas aqui está estável. Enquanto estiver assim, tudo bem”. Ele analisa, contudo, que a sessão pode apresentar volatilidade.
Os problemas econômicos que a ômicron poderia causar acende o sinal amarelo: “Isso faz o mercado pensar que os Estados Unidos poderiam manter o incentivos à economia, já que o risco de um novo lockdown é real”, opina.
Para o analista de risco da Ajax Capital, Rafael Passos, “existe stress com a ômicron, voltando um passo na reabertura, além do risco crescente de um novo lockdown”.
Passos também acredita que a situação nos Estados Unidos é delicada, com o risco do pacote de US$ 2 trilhões não ser aprovado: “Ontem, em entrevista na Fox News, o senador Joe Manchin disse que não deverá apoiar o Build Back Better Act, encerrando os planos dos democratas de votar a agenda econômica neste ano”, comenta.
Além da maioria no congresso, para ser aprovado o projeto necessita de 100% de apoio do Partido Democrata.
Por Agência Safras