O governo do Paraguai anunciou nesta semana que vai ajudar os produtores de soja do país, que enfrentam problemas provocados por uma severa estiagem.
Entre as medidas anunciadas estão a redução de impostos e abertura de linhas de crédito para refinanciar dívidas.
Segundo o engenheiro agrônomo Sidinei Neuhaus, que trabalha no Paraguai, todas as áreas produtoras de soja do país foram afetadas pelo clima, em maior ou menor grau.
“No Centro-Sul do Paraguai, onde o plantio aconteceu mais cedo, as perdas foram maiores. Os produtores colheram 2 mil, 1 mil quilos por hectare. De novembro para cá, não choveu. No Centro-Norte, onde os produtores plantaram na segunda quinzena de outubro, a situação ainda está indefinida, é uma região que recebeu um pouco mais de chuva, e os produtores ainda não colheram”, explica.
De acordo com o agrônomo, os produtores estão com expectativas em relação a segunda safra de soja – no país é permitido plantar duas safras subsequentes -, ou na safra de milho.
Segundo Neuhaus, as medidas anunciadas pelo governo são necessárias. Questionado se os produtores estão com dificuldades para acessar linhas de crédito, o agrônomo diz que, por enquanto, “a situação que ainda não bateu na porta”.
“Estamos na expectativa das próximas semanas. Vários produtores estão encaminhados para fazer uma segunda safra, seja de milho ou de soja. O grande desafio imediato vai ser a semente, porque o grão que está saindo do campo é de uma qualidade inferior. No entanto, estamos vivendo um cenário de espera. Estamos aguardando a chuva, ter umidade no solo para iniciar o plantio. O milho ou a soja safrinha, de alguma maneira, já vinha sendo organizada pelo produtor nos últimos meses. Eu acho que o grande problema de crédito talvez não seja agora, de imediato, para a segunda safra. A discussão vai ser a partir dos vencimentos da soja em abril, maio, junho e, principalmente, olhando para a próxima safra. As medidas que o governo anunciou vem para amenizar, mas elas não são uma solução definitiva para o problema, porque a situação é bastante séria e grave em todo o país”, diz.