A disparada dos preços de grãos utilizados em ração, como milho e farelo de soja, pegou de surpresa o setor produtivo de suínos, afirmou o presidente da Associação Paulista dos Criadores de Suínos (APCS), Valdomiro Ferreira Júnior, durante live na manhã de terça-feira (8).
“Nós tínhamos uma estimativa para 2022, de que conseguiríamos reduzir os custos com milho e farelo de soja, mas isso não aconteceu. As condições climáticas desfavoráveis e a especulação de mercado impulsionaram nossos custos”, pontuou Ferreira Jr.
O presidente da APCS diz que, em janeiro, as despesas foram mais altas do que dezembro de 2021, em uma situação que “já está muito difícil para o produtor”.
Segundo Ferreira Jr., o custo de produção em uma granja de até 500 matrizes suínas é de R$ 9,26 por quilo de carne produzida e, para uma granja acima de 2 mil matrizes, o custo fica em torno de R$ 8,09/kg. “Em São Paulo, o nosso custo médio é de R$ 8,67/kg, mas o preço de venda é de R$ 5,33 por quilo de animal vivo. Então, nós perdemos R$ 3,34/kg.”
Ele ressaltou que o prejuízo do criador de São Paulo, para cada animal comercializado, é de R$ 367,40. “O efeito dos custos foi muito elevado. Não há setor que aguente essa perda por muito tempo.”