'Disparada de preço de grãos pegou setor de surpresa', diz presidente da APCS

Valdomiro Ferreira Júnior diz que, em janeiro, as despesas dos suinocultores foram mais altas do que dezembro de 2021

A disparada dos preços de grãos utilizados em ração, como milho e farelo de soja, pegou de surpresa o setor produtivo de suínos, afirmou o presidente da Associação Paulista dos Criadores de Suínos (APCS), Valdomiro Ferreira Júnior, durante live na manhã de terça-feira (8).

“Nós tínhamos uma estimativa para 2022, de que conseguiríamos reduzir os custos com milho e farelo de soja, mas isso não aconteceu. As condições climáticas desfavoráveis e a especulação de mercado impulsionaram nossos custos”, pontuou Ferreira Jr.

O presidente da APCS diz que, em janeiro, as despesas foram mais altas do que dezembro de 2021, em uma situação que “já está muito difícil para o produtor”.

Segundo Ferreira Jr., o custo de produção em uma granja de até 500 matrizes suínas é de R$ 9,26 por quilo de carne produzida e, para uma granja acima de 2 mil matrizes, o custo fica em torno de R$ 8,09/kg. “Em São Paulo, o nosso custo médio é de R$ 8,67/kg, mas o preço de venda é de R$ 5,33 por quilo de animal vivo. Então, nós perdemos R$ 3,34/kg.”

Ele ressaltou que o prejuízo do criador de São Paulo, para cada animal comercializado, é de R$ 367,40. “O efeito dos custos foi muito elevado. Não há setor que aguente essa perda por muito tempo.”

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Foto:
Wenderson Araujo/Trilux/CNA