Agricultura

Glifosato: Bayer informa enfrentar problemas na produção nos EUA

Aprosoja-MT divulgou nota pública criticando a "superficialidade" do anúncio, em razão da importância do produto, e prazo previsto para solução da questão

A Bayer, fabricante alemã de produtos farmacêuticos e agroquímicos, informou nesta segunda-feira (14) que terá que reforçar a cadeia de suprimentos envolvida na produção do herbicida glifosato nos Estados Unidos. A estratégia será necessária após um fornecedor norte-americano enfrentar problemas na oferta de um dos ingredientes ativos da formulação.

“Recentemente, um fornecedor de uma matéria-prima necessária para produzir glifosato e herbicidas agrícolas da marca Roundup em nossa fábrica de Luling, Louisiana, sofreu uma falha de equipamento em sua fábrica”, disse a Bayer, em comunicado.

A companhia afirmou que a paralisação na linha de produção dessa unidade pode ter alguns impactos de curto prazo na produção de glifosato. O fornecedor, que não foi nomeado pela Bayer, está “a caminho de restaurar a capacidade produtiva rapidamente”, disse a empresa alemã.

A Bayer acrescentou que adquiriu matérias-primas adicionais e fez mudanças na produção para ajudar a gerenciar melhor a situação e restaurar os volumes. “Esperamos que qualquer impacto seja marginal em termos de nossa produção anual de glifosato”, disse.

Aprosoja-MT pede esclarecimentos

A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) divulgou nesta terça-feira (15) nota pública afirmando que o anúncio da Bayer causou “perplexidade” na direção da entidade, “dada a importância do tema para a produção de alimentos, além do prazo previsto para solução do impasse – três meses”.

No texto, a Aprosoja-MT afirma ter solicitado mais informações sobre a questão e que aguarda posicionamento da empresa.

“Essa situação ilustra bem a importância do PL 6299, de racionalização dos registros de defensivos. Estamos em uma posição muito perigosa de dependência externa de fornecedores de insumos para a produção de alimentos, além de uma notória concentração interna. É uma questão de segurança alimentar e, nesse sentido, contaremos com o apoio da Ministra Tereza Cristina para avaliarmos as ações cabíveis”, informa o presidente da entidade, Fernando Cadore, na nota.

Bayer no Brasil

A Bayer no Brasil também se posicionou sobre o tema, informando que busca reduzir ao máximo possíveis impactos no fornecimento dos produtos da marca Roundup no mercado brasileiro.

“O mercado de produtos químicos agrícolas em todo o mundo está vivenciando um cenário historicamente desafiador devido à complexidade nos fluxos comerciais globais, à pandemia e a eventos climáticos extremos – incluindo o furacão Ida, nos EUA, em outubro de 2021 – que continuam a pressionar a oferta de produtos”, diz o texto.

A empresa finaliza o texto afirmando que trabalha “diligentemente com nossos clientes para atender às suas necessidades e ajudá-los a ter uma temporada de sucesso”.

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Foto: Formad/divulgação