O IPPA/Cepea (Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários) iniciou o ano de 2022 em alta. De dezembro/21 para janeiro/22, o IPPA/Cepea avançou 3%, em termos nominais, como resultado das elevações observadas nos Índices de grãos e cana-café, de 6,6% e 1,3%, respectivamente. O desempenho desses grupos, inclusive, amenizou o impacto negativo da queda observada para o IPPA-Hortifrutícolas, de 10,4%. O IPPA/Pecuária, por sua vez, ficou praticamente estável (-0,04%). Pela primeira vez desde agosto, todos os produtos que compõem o grupo de grãos se valorizaram, com destaques para algodão em pluma, milho e soja.
Conforme pesquisadores do Cepea, os estoques de passagem de algodão atingiram o menor patamar desde a safra de 2017/18. Isso, juntamente da escassez de oferta diante da aceleração da demanda, ajuda a explicar os elevados patamares de preços. No caso do milho, a demanda aquecida e os níveis de estoques baixos deram suporte aos preços. No caso do grupo de alimentos formado por café e cana-de-açúcar, ambos os produtos acumularam altas sucessivas em todos os meses de 2021. Mais recentemente, a expectativa de quebra de safra estimulou o avanço expressivo dos preços do café. Na pecuária, em que pese a alta dos preços do boi gordo, houve queda expressiva dos preços do suíno vivo, que registraram o menor patamar, em termos reais, desde 2018.
O recuo se deve aos elevados estoques de carne e de animais, resultantes do volume de vendas abaixo do esperado em dezembro. No caso dos hortifrutícolas, as maiores reduções foram observadas nos preços da batata, da banana e do tomate, influenciadas, entre outros fatores, pelo aumento da oferta. Na mesma comparação, o IPA-OG-DI Produtos Industriais, calculado e divulgado pela FGV, caiu 2,54% – logo, de dezembro para janeiro, os preços agropecuários subiram frente aos industriais da economia.