Economia

FMI diz que guerra e sanções trarão impacto grave à economia mundial

Diretora-gerente da entidade disse que choques de preços terão impacto em todo o mundo, especialmente nas famílias pobres para as quais alimentos e combustíveis representam uma proporção maior das despesas

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, afirmou que o conflito militar no Leste Europeu vai trazer sérios impactos para a economia mundial e também em nível regional, especialmente para os países que têm conexão mais próxima com a Ucrânia e Rússia.

“Em muitos países, a crise está criando um choque adverso para a inflação e atividade, em meio às já elevadas altas de preços”, destacou Kristalina, em comunicado que relatou os temas avaliados nesta sesta-feira (4) em reunião do Conselho Executivo do FMI para analisar a situação na Ucrânia.

Ela ressaltou que os choques de preços terão impacto em todo o mundo, especialmente nas famílias pobres para as quais alimentos e combustíveis representam uma proporção maior das despesas. “Se o conflito aumentar, os danos econômicos serão ainda mais devastadores.

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Guerra: militares russos na Ucrânia. Foto: Anton Vergun/TASS

As sanções à Rússia também terão um impacto substancial nos mercados financeiros, com repercussões significativas para outros países. De acordo com a diretora-gerente do FMI, a Ucrânia solicitou uma linha emergencial de crédito rápido de US$ 1,4 bilhão ao fundo, que segundo ela poderá ser analisada pelo conselho da instituição no começo da próxima semana.

Nessa conjuntura internacional, Kristalina defendeu que os bancos centrais em diversos países fiquem particularmente atentos ao repasse de preços em alta à inflação interna. “As autoridades monetárias precisarão monitorar cuidadosamente o repasse do aumento dos preços internacionais para a inflação doméstica, a fim de calibrar as respostas apropriadas “, destacou.

“A política fiscal precisará apoiar as famílias mais vulneráveis para ajudar a compensar o incremento do custo de vida.”

Para a diretora-gerente do FMI, os países mais ligados à Ucrânia e Rússia têm risco de escassez de produtos e de registrar o aumento do fluxo de exilados.

Segundo ela, a Moldávia pediu a elevação da ajuda do fundo a fim de combater a crise gerada pelo conflito no país vizinho.